Sete Artistas para Acompanhar FKA twigs

Que tal um acompanhamento para um dos melhores discos de Agosto?

Loading

Todos nós sabemos como o hype é perigoso ,pois pode-se muitas vezes mascarar a verdadeira qualidade de uma artista e colocar em pauta outros atributos que não sejam musicais. Por outro lado, ele também pode ser benéfico, já que pode elevar o status de alguém que está começando agora e apresenta muito potencial, talvez até mostre-se maduro em seus primeiros trabalhos. Um dos nomes mais comentados do ano, por enquanto, é o da cantora FKA twigs, dona de uma das melhores notas do ano em nosso site pelo seu disco LP1. Mesmo depois de algumas semanas após a resenha, ainda me vejo perdido na atmosfera espacial criada, no suingue sensual de seu R&B e pela personagem que se consolida a cada novo videoclipe.

Quer você ainda tenha não se convencido pelo potencial da cantora ou se simplesmente procura outros artistas para completar a climatização de sua proposta sonora, criamos uma lista de outros artistas que se assemelham com seu som, que podem ter influenciado na sua criação sonora ou que se encaixará muito bem em suas futuras playlists, então aqui vão sete nomes para escutar ou entender FKA twigs:

The Weeknd

Dono de mixtapes e discos muito elogiados pela crítica, o produtor Abel Tesfaye entrou de cabeça no mundo do R&B Eletrônico com seu projeto musical. Nele, podemos sentir a utilização de diversas texturas para auxiliar as suas construções, assim como uma evidente sensualidade que aparece de forma mais forte em suas letras com conotações sexuais – a abertura para essa nova vertente inimaginada do estilo pode ter sido encabeçada pelo produtor -, escute a sua trilogia, Trilogy para sentir as referências diretas que FKA twigs, se ao menos não utilizou, ouviu com certeza.

Portishead

Beth Gibbons é dona de uma das vozes mais icônicas de seu geração e seu som feito com seus parceiros de banda de Bristol é ainda mais celebrado no mundo da música. O Trip Hop aqui aparece de forma subjetiva muitas vezes com diversos elementos eletrônicos que criam um mundo a parte – uma trilha sonora lisérgica para viajar – e grande parte das faixas que ouvimos em LP1 segue essa proposta: a de criar ambientes verossímeis entre voz e orquestração. Silêncios, explosões e muita emoção são compartilhados entre ambos os artistas. Aproveite para ouvir novamente um dos marcos da música contemporânea, Dummy, que completou 20 anos recentemente.

James Blake

O produtor britânico conhecido pela melancolia de seu Dubstep também é celebrado pela sua voz suave, quase sofrida e também pelas suas batidas minimalistas, construídas nos pequenos detalhes e a partir de silêncios precisos – o som precisa de sua antítese para ser realmente entendido. A levada soturna e misteriosa do produtor é compartilhada por FKA twigs, que se utiliza de batidas muitas vezes desconexas para criar a sua identidade sonora. Acompanhante perfeito para uma noite solitária ou mesmo para aquela que pede por momentos compartilhados mais calientes.

Björk

A cantora islandesa é a inspiração mais certeira de FKA twigs seja pela espacialidade e pluralidade de temas, por uma construção heterodoxa de sons ou por ter formado uma das personas mais consolidadas na música mundial. Logo, Björk é o símbolo a ser seguido. Escute ou simplesmente veja a capa de discos como Biophilia, Medulla ou o mais óbvio de todos: Homogenic e sua boneca de porcelana na capa com o aspecto plastificado da arte de LP1; e entenda que as coisas aqui são mais semelhantes do que se imagina. Obviamente, uma referência para qualquer cantora que quer ser autêntica tanto na aparência como na essência, a islandesa é sentida por toda a parte em FKA twigs.

Shabazz Palaces

O duo de Seattle não é necessariamente uma inspiração, mas simplesmente uma boa dica para quem procura sons igualmente viajados ou espaciais. Se o R&B sai de pauta aqui, sendo trocado por um Hip Hop moderno e emergente, as batidas são compartilhadas no minimalismo, na desconexão e em sua proposta escapista – nenhuma música parece ser o que ela realmente é em uma troca de sentidos que acaba nos levando à sinestesia – mistura de sensações e sentidos que poucos artistas conseguem emular, dado que grande parte de nós não vive isso (sua frequência é baixa na população mundial). Ouça seu mais novo disco, Lese Majesty, e tente não ceder a viagem compartilhada entre ambos artistas.

The Knife

O grupo sueco anunciou o seu fim recentemente, mas você ainda pode apreciar a sua vasta e excêntrica discografia. O Pop está muitas vezes ao redor do duo, mas ele procura sempre desvirtuar o seu som ao criar obras controversas, experimentais e precisas. Shaking the Habitual, seu último disco, aborda temas polêmicos como rascismo e machismo e está certamente entre os trabalhos mais subjetivos e bizarros de 2013. Suas recentes, e possivelmente últimas, apresentações abordam a dança em atos ousados que realçam a persona musical que ambos conseguiram criar ao longo de sua carreira. Certamente, o formato e a proposta pouco usual de The Knife atrairá quem se viu apaixonado pela personalidade de FKA twigs.

BANKS

A cantora americana, que é auxiliada em suas produções por fortes nomes como Shlohmo, Lil Silva entre outros, está entre os artistas mais quentes a serem lançados em 2014 com seu primeiro LP, Goddess. As batidas são precisas, cheias de baterias eletrônicas e percussões pontuais, mas conduzidas por um baixo pulsante, perfeito para baladas. Entretanto, o que mais chama atenção aqui é a voz sensual e angelical da cantora que tange o Pop, o R&B e o Hip Hop em igual medida – uma mistura fatal e perfeita para quem quer apimentar a sua playlist. Provavelmente é o nome mais “comum” de toda a lista, mas, mesmo assim, chama atenção do grande público por justamente unir o melhor de alguns mundos em um belo pacote.

Se todas as referências e artistas relacionados não são o bastante para adentrar no hype de FKA twigs, saiba que o seu disco é daqueles que pode não chamar muita atenção logo de cara e que te faz pensar “por que falam tanto dela?”. No entanto, uma audição atenta e do começo ao fim a seu último álbum nos mostra que temos uma artista com A maísculo, que passa por diversas influências para criar e mostrar sua personalidade musical com bastante originalidade e ousadia – algo pouco usual quando se quer chamar atenção em uma “estreia”. Certamente, estaremos cada vez mais atentos ao seu nome daqui pra frente e, se você já viciou/enjoou, escute um pouco de música semelhante, mas diferente ao mesmo tempo, como mostramos acima.

Loading

Autor:

Economista musical, viciado em games, filmes, astrofísica e arte em geral.