Na Boa, Mark Ronson É o Cara

Produtor britânico segue como um dos nomes definitivos da música neste início de século

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“Na música, pegamos algo que amamos e construímos em cima disso” (“In music, we take something we love and we build on it”) – Esta é uma das frases que mais marcam na palestra que o DJ e produtor Mark Ronson deu para a série TED Talks no início do ano. À medida em que exploramos a carreira do músico, cada detalhe dela faz mais sentido, além de aumentar a certeza de que ele é, sem dúvidas, “O” cara da música neste início de milênio.

Em todas as entrevistas e matérias pela Web, dá pra sentir o quanto seu envolvimento com a música é intenso. Nesse tal vídeo do TED (que você pode ver mais abaixo), mostra ele aos aos 9 anos falando sobre uma apresentação ao som de Duran Duran na escola. Por quê? Pois ele amava tanto uma faixa que queria apropriar-se dela de alguma forma. Essa ambição desde o início da vida parece tê-lo ajudado a fazer as escolhas que o levaram a seguir carreira nesse mundo – e ter Sean Lennon (caçula de John e Yoko) entre seus amigos de infância pode ter influenciado essa história toda.

Hoje, aos 39 anos, Ronson prepara o lançamento de Uptown Special, o quarto álbum com seu nome no primeiro lugar dos créditos – resultado não só do talento reconhecido com seus lançamentos anteriores, mas por ter sempre mandado tão bem nos bastiores dos discos de tanta gente. Pelo que já foi mostrado da obra, é seguro afirmar que ela fará um baita barulho assim que sair, em 27 de janeiro.

Podem listar os motivos que quiserem, mas a maior explicação para o iminente sucesso do disco é apenas uma: Ronson sabe muito bem o que faz. Tanto é que Paul McCartney o convidou para o posto de co-produtor em seu New (2013) quando quis trabalhar um som que fosse próprio dos nossos dias.

Sinceramente, ele nem precisava de uma validação dessas no currículo, já que, a esse ponto, já ostentava títulos como “Melhor Artista Masculino” no Brit Awards (o equivalente ao Grammy do Reino Unido) de 2008 justamente por um de seus discos “solo”. Convenhamos, porém, que ter um Sir desses te chamando pra trabalhar com ele não prejudica a carreira de ninguém.

Por falar em Grammy, ele já ganhou quatro: dois com Amy Winehouse, um com Bruno Mars e outro pelo trabalho sob seu próprio nome, além de já ter sido indicado outras duas vezes – e não seria surpresa nenhuma termos Uptown Funk e Uptown Special entre os mencionados nas futuras premiações musicais ao redor do globo (embora sejam lançados fora do período de inscrição para o próximo Grammy Awards).

Os trabalhos com Amy foram os que deram mais visibilidade ao artista mundialmente, mas ele já era bem conhecido “no meio” dez anos antes, desde que trazia sua influência do Rock inglês para os clubs de Hip Hop de Nova York, onde morava na época. Foi lá que ele começou a ser bem falado e bem conectado. Inclusive, entre os convidados de seu primeiro álbum (Here Comes the Fuzz, 2003), figura o nome Jack White.

Tem alguma coisa em tudo o que ele faz, um elemento que fica impresso nas entrelinhas, que parece ser o capricho, o empenho de quem se dedicou de coração àquilo justamente por trabalhar com o que se ama, seja com Amy, Paul, Adele ou com quem for. Mark Ronson respira, pensa e se alimenta de música, o que faz com que ele seja não “só” mais um produtor de respeito, mas uma verdadeira autoridade no assunto.

Até 27 de janeiro (lançamento de Uptown Special), dá tempo de nos aprofundarmos mais (ou ainda mais) na obra do cara, um músico que é às vezes menos levado a sério justamente por basear sua obra em duas áreas cinzentas para muitos: Música Pop e samplers. Pra terminar, vale a pena ver a tal da palestra no TED e somá-la a mais uma informação: A capa de Record Collection, seu terceiro e mais vendido álbum, foi inspirada em Christian Marclay, artista de multilinguagens e um dos pioneiros da arte do remix. Na boa, ele sabe o que faz.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.