Quando Mallu Cresceu

“Pitanga” será para sempre um grande marco na carreira da cantora

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Mallu Magalhães virou um mulherão com Pitanga. Não me refiro à sua aparência (embora isso tenha sido muito comentado na época), mas ao crescimento que ela teve como artista em todas as nuances de sua música – compositora, cantora, intérprete – sem perder sua identidade.

A menina criativa, de mente inquieta e coração à flor da pele, viu sua personagem ganhar uma nova dimensão ao longo do disco. Ela dá as caras como Velha e Louca logo na primeira faixa, com a guitarra tão característica da introdução, e explica em seguida que tem “um coração vulcânico e sempre acabo errada” (Cena).

As palavras fortes nas metáforas seguem a dimensão que seu som tomou nas mãos de Marcelo Camelo, Victor Rice e Fernando Sanches, os produtores que ajudaram a moça a domar suas ideias e moldá-las em doze faixas que mostram mais de sua personalidade – que nunca foi tão fascinante quanto agora.

Quem antes não tinha dificuldade de encontrar motivos para não ouvir suas músicas, agora encontraria facilmente diversas características irresistíveis em seu som. É a doçura de faixas como Lonely, a ginga sincera de Sambinha Bom e a melancolia de Por Que Você Faz Assim Comigo? que fazem a audição de Pitanga esbanjar bom gosto nos timbres e uma impressionante maturidade da artista.

Sem suas experiências em Pitanga, é possível afirmar que músicas como Me Sinto Ótima, que ela gravou com sua Banda do Mar, poderiam não existir. Foi ali que Mallu nos mostrou não só que cresceu, mas pôde relembrar todos nós que faz bem amadurecer firme em sua identidade – afinal, nada melhor do que poder viver e apresentar uma versão aprimorada de si mesmo.

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MARCADORES: Fora de Época

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.