Entrevista: Purity Ring

Dupla canadense comenta seu futuro álbum, “another paradise”

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Não nos faltam motivos pra curtir Purity Ring. A dupla canadense, formada por Megan James e Cody Roddick, conquista cada vez mais admiradores ao fazer um som sintetizado e sensível, carinhosamente apelidado de Future Pop.

Às vésperas do lançamento de seu segundo álbum, another eternity, a vocalista conversou com o Monkeybuzz direto de sua nova residência, em Los Angeles, sobre o disco e a carreira.

Monkeybuzz: O que podemos esperar do novo disco, another eternity, em relação a Shrines?
Megan James, Purity Ring: É difícil explicar. Quem gostou do outro disco vai gostar deste também, mas elas expandem para outro lado. Acho que tem um foco maior nas letras, também. Ainda é bem Purity Ring, mas como uma evolução da banda.

Mb: Tenho a impressão que é possível apontar para o seu som e falar “Isso é música contemporânea”. Vocês também enxergam isso?
Megan: É por isso que eu gosto de chamá-lo de Future Pop. Sim, tem a ver com o que está acontecendo agora e se alguém olhar e achar que tem a ver com o momento que a gente vive, eu adoraria. Acho que faz sentido. Nosso som também é sempre meio experimental, acho que isso ajuda.

Mb: Vocês estão em Los Angeles, Grimes também. Há um “foco migratório” de canadenses para a Califórnia?
Megan: (Risos) Sim, tem muitos canadenses por aqui, mas a cidade é cheia de gente querendo fazer sua música acontecer. E há oportunidades boas, mas há também outras que não me interessam muito. Por exemplo, as pessoas organizam espaços de gravações abertas e quem chegar primeiro pode tentar participar de uma música e lucrar com isso. Não é o meu estilo, não quero que meu valor venha disso.

Mb: Ao seu ver, como anda a música em Edmonton e no Canadá como um todo?
Megan: Tem muita coisa legal acontecendo por lá. As pessoas tem organizado mais festas, mesmo em suas próprias casas, com mais chances das pessoas tocarem e conhecerem os sons umas das outras. E – eu preciso dizer isso – como é legal ver que tem muitas mulheres fazendo isso, envolvidas com a música e mostrando sua música.

Mb: Como foi colaborar com Jon Hopkins?
Megan: Ele é um sonho, que pessoa incrível. Além de ser um ótimo profissional, ele é uma pessoa gentil e calma, então não era a figura intimidadora que poderia ser, com tudo o que fez e todo mundo com quem ele já trabalhou. E foi ótimo tê-lo remixando faixas do nosso disco também.

Mb: Breathe This Air é uma das músicas mais bonitas que ouvi nos últimos tempos. Ela é triste na medida certa, calma na medida certa, e os contrários também.
Megan: Sim, acho que ela tem o melhor dos dois lados – o melhor de Jon Hopkins e o melhor de Purity Ring (risos).

Mb: Vocês imaginam trabalhar com um produtor para um disco no futuro?
Megan: Hmmm não, eu preciso ter todo o controle (risos). Mais do que isso, eu quero ser capaz de colocar meu nome em algo bom que eu mesmo tenha feito. É assim que a gente trabalha.

Mb: Como é o trabalho de vocês como duo?
Megan: Neste disco, trabalhamos mais perto um do outro. Em Shrines, como morávamos em cidades diferentes, mandávamos aos poucos um pro outro o que estávamos fazendo. O trabalho fluiu de outra forma agora.

Mb: Como você avalia o tamanho que Purity Ring tem hoje?
Megan: É complicado dizer. Se eu estou falando com um jornalista brasileiro é porque temos fãs no Brasil, e, se temos fãs no Brasil, não somos uma banda muito pequena. Tem uns 5% de todos os artistas que estão no topo e ocupam a maior parte da mídia e das vendas, como as cantoras pop – mas nada contra elas. Se você tirar esses que estão no topo, nós estaríamos no meio (risos). É isso, somos uma banda média se você desconsiderar as maiores. Faz sentido?

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ARTISTA: Purity Ring
MARCADORES: Entrevista

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.