Todos Querem Vintage Culture

O garoto de apenas vinte anos foi recrutado pelos maiores festivais de música do Brasil

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Ibiza, Canadá, França, Austrália, Rússia, Egito, Inglaterra, África do Sul, Brasil. Por aqui, já tocou no Creamfields, Warung Festival, XXX, Pacha, Green Valley, Lollapalooza e está confirmado no Tomorrowland, em maio, e no Rock in Rio, em setembro. Todo mundo quer Vintage Culture. Lukas Ruiz, o nome por trás do fenômeno, vem ultrapassando fronteiras, se soltando de suportes brasileiros e alçando voos ambiciosos e corajosos pra quem tem apenas 20 anos de idade.

Foi sob influência forte de bandas como Depeche Mode, Kraftwerk, Pet Shop Boys que Ruiz construiu seu ninho de criatividade, começando a desenhar seus primeiros projetos em casa, antes de soltá-los no mundo. O prodígio aluno de Magal, conhecido nome de São Paulo, conseguiu misturar bem o resultado do que saiu deste liquidificador oitentista com o que vemos hoje. O que mais assusta em todo processo é a velocidade com que tudo aconteceu e como Ruiz ganhou uma notoriedade, respeito e suporte, não só de uma base de fãs enorme por todo o país, mas também de nomes fortíssimos da cena eletrônica mundial como Danny Daze, Amine Edge & Dance, Gabe, Kolombo, Adriatique, entre outros.

Diferente de Chemical Surf, que faz parte da mesma leva de novos produtores de Deep House do circuito e que também recebe suporte desses mesmos artistas, Vintage Culture não é purista e, mesmo assim, ao que tudo indica, continua sendo respeitado dentro do gênero pelos seus adeptos. Suas produções começaram a fazer sucesso com remixes de músicas comerciais traduzidas ao Deep House e Nu Disco, desde Pink Floyd (que teve mais de 1 milhão de plays no Soundcloud) a Cazuza, o que deu força suficiente para, posteriormente, expor seus trabalhos autorais, amplamente aceitos pelos amantes de música eletrônica.

Essa identidade permanece até hoje, de Crazy, hit de Gnarls Barkley até Faded, do incrivel Zhu. O que, se seguirmos a lógica, seria altamente criticado pelos seguidores do Deep House pela aproximação do mainstream foi abraçado e, ainda mais, conseguiu ainda mais apoio daqueles que não conseguiam engolir as lineares batidas do gênero, mas que se sentiram mais confortáveis com as versões de músicas já conhecidas em suas apresentações.

Mas é normal um jovem fazer tanto barulho assim? Sozinho? Pois bem, a Entourage, a maior agência do Brasil, apostou e botou o garoto do lado de artistas como Victor Ruiz, Anna, E-Cologyk, Groove Delight, Eli Iwasa, A Liga, entre vários outros. Unir o velho com o novo veio como a receita perfeita para o que o público queria, assim como vocais Popeados foram a fórmula ideal para projetos como Disclosure e Gordon City. Artistas como esses não só ajudam a disseminar o Deep House, mas também focam suas produções a quem tem o underground como convívio. Só em 2014 foram parcerias com nomes como Teenage Mutants, Alok, Thomaz Krauze, Velkro, Dashdot, Re Dupre, pra não alongar a lista. Quem conhece, sabe que Ruiz está bem acompanhado.

Todos querem sim Vintage Culture. Os três maiores festivais de música do Brasil escalaram seu nome e provaram que o ineditismo tem seu lugar. Lukas apostou em um nicho seletivo e exigente e mesmo assim acertou. Estranho seria se não o quisessem. Quem sai do palheiro, não volta mais.

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Publicitário que não sabe o que consome mais: música, jornalismo ou Burger King