Lucy Rose: “Você precisa ouvir seus instintos, mesmo quando é difícil”

Em passagem pelo Brasil, cantora prepara lançamento do disco “Something’s Changing”

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“Não é para ser muito arrumadinho, é para ser verdadeiro”, contou Lucy Rose ao Monkeybuzz durante um papo na sede da Universal Music em São Paulo nesta segunda, 8 de maio, sobre seu próximo disco, Something’s Changing – cujo repertório vem sendo revelado aos poucos, antes de seu lançamento em julho. É sua segunda vinda ao Brasil, agora com as novas músicas na bagagem, além do documentário homônimo que registra sua turnê na América Latina no ano passado, que passou também pelo país.

Este seu retorno, com show na capital paulista em 9 de maio, possui uma logística totalmente diferente da vez anterior, já que ela não se tratava de uma tour qualquer, visto que ela foi toda agenciada e bancada pelos próprios fãs latino-americanos, que também a hospedaram em suas casas em seus respectivos países.

“É uma loucura pensar que há pessoas do outro lado do mundo querendo me ajudar a fazer música a troco de nada”, contou a artista britânica, “eu quis fazer o documentário por isso, queria lembrar que as pessoas podem ser muito boas. É de aquecer o coração”. Foi na escolha de confiar que ela poderia fazer as malas (ou uma mochila, para ser exato) e cruzar o Atlântico que Lucy viveu o que ela descreve como a experiência mais especial de sua vida, o que certamente influenciou como o novo disco foi feito.

“Quis trabalhar com amigos, gosto disso”, ela explica, “eu toco com esse pessoal há anos, e já tocávamos nos mesmos pubs antes de tudo isso acontecer. E você precisa confiar nos músicos que te acompanham, porque você entrega a eles a sua música, que é uma parte de você”. “Eu sou bastante controladora”, explica ela sobre o jeito que trabalha, “eu gosto de me certificar que tudo será autêntico, e que o resultado me representará. Isso é super importante”.

Voltando à frase do início – “Não é para ser muito arrumadinho, é para ser verdadeiro” -, isso tem tudo a ver com a autenticidade que ela propõe a trabalhar sua música e, como ela contou, resultado de um processo interno no qual “você precisa ouvir seus instintos, mesmo quando é difícil, e não pensar demais”. “A intenção do disco era gravar tudo junto, ao vivo, porque a maior parte dos meus discos são assim”, explica.

Foi a partir disso também que ela teve The Staves participando em duas músicas do disco, Floral Dresses e Is this Called Home – Eu queria uma harmonia mais completa, queria mais vozes femininas comigo. Decidi tentar convidar The Staves, mandei a música e elas adoraram. Fizemos tudo em um só take também, em dez minutos, aí falei: ‘Já que estamos aqui, topam fazer mais uma?’ (risos)” – e também porque optou por dirigir ela mesma o clipe dessa segunda, feito em um só take, de primeira – “tentamos fazer uma segunda vez, mas foi menos autêntico e usamos a primeira”.

É por isso que o “é para ser verdadeiro” faz tanto sentido após uma conversa com Lucy Rose. Se suas músicas exalam grande pessoalidade, é porque a artista por trás de olhos e sorrisos tão sinceros opta por trabalhar de maneira honesta e com as pessoas que se conectam a suas músicas – sejam outros artistas ou os fãs.

Something’s Changing sai em 14 de julho.

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ARTISTA: Lucy Rose
MARCADORES: Entrevista, Novo álbum

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.