Músicas que despertam qualquer ouvido para beleza, novos sons ou novas ideias, sem datas de validade. Assim é a coluna Acorde.
A cada edição, a equipe Monkeybuzz dá três dicas de faixas capazes de mudar vidas. Duvida?
Angel Olsen
Angel Olsen representa muito do que enxergo como caminho a ser trilhado pelo Rock na próxima década. White Fire é seu épico, demonstra a riqueza de sua interpretação transcedental do cotidiano numa canção belíssima, de estrutura tradicional, mas ambição grandiosa, mesmo que em tom discreto. Olsen traz muito de Leonard Cohen nesta canção, conseguindo hipnotizar com a mesma profundidade do canadense, mas com uma delicadeza própria que torna tudo ainda mais paradoxalmente poderoso.
(por Lucas Repullo)
Beach House – Levitation
O significado da palavra “desconhecido” vem do que é ignorado, estranho e incógnito. Essa falta de conhecimento que nos tira da zona de conforto é explorada em Levitation, faixa inicial de Depression Cherry. Victoria Legrand repete “there’s a place I want to take you” várias vezes, sem deixar claro o destino, parecendo desafiar o caminho da sua imaginação — e isso é lindo. Cinco minutos que passam em poucos segundos comprovam que Beach House não se consagrou como um ícone do Dream Pop à toa.
(por Ana Laura Pádua)
Beyoncé – Countdown
Anos antes de uma em cada duas músicas Pop terem um teor caribenho, Beyoncé já trazia uma veia do Reggae em uma faixa que mistura ainda o R&B dos anos 90 com aquele feito décadas antes – e isso sem medo de dissonâncias e de uma batida diferente do “um, dois, três, quatro” arroz e feijão da grande maioria dos sons que “divas” lançam. Melhor ainda, tudo isso vem sem perder o propósito que um hit desses possui, aquele fator de entretenimento que te faz querer ouvir a música repetidas vezes.
(por André Felipe de Medeiros)
