Aquele Indie que Você Ouvia Continua por Aí

Lançamentos da temporada mostram como anda o estilo em 2017

Loading

Fotos: Eric Weiss

Faz o que, uns sete anos desde que a gente sacou como a música chamada de Indie seria ao longo dessa década? A questão é que o som que o pessoal na época via como legal acabou cedendo espaço para outros estilos, como o Hip Hop, no quesito tendência, mas isso não quer dizer que ele tenha acabado de uma vez – e alguns dos lançamentos dessa temporada têm muito a dizer sobre isso.

Como costuma acontecer, o Indie acabou incorporando elementos daqui e absorvendo tendências dali para seguir em um rolê muito próprio, entregando ao seu público fiel mais do seu espírito criativamente livre e fazendo pistas do mundo inteiro se animarem com hits e não-hits propositais.

Entre novatos e velhos conhecidos, veja alguns exemplos do que o gênero tem feito.

The Killers

Ainda em 2017 um dos nomes mais relevantes do estilo no quesito número de seguidores, a banda de Brandon Flowers segue com as inspirações na afetação do Rock dos anos 1980 com uma atmosfera muito própria da música de hoje em dia, como notamos nos singles que antecederam o lançamento de Wonderful, Wonderful, que sai nesta sexta (22).

Cut Copy

Quem solta disco no mesmo dia (que coragem!) é Cut Copy – que, na verdade, já colocou Haiku From Zero para streaming há alguns dias. Seu som incorporou bastante do som característico dos anos 1970, como a música Disco, assim como aquela percussividade em muitos timbres que o Indie abasteceu o Indie Folk no início da década e o Pop hoje em dia.

Arcade Fire

Por falar em Disco, a banda canadense deve ter se cansado de comparações a Abba e similares que vieram com o lançamento de seu Everything Now, mas esse aspecto dançante com o baixo e o timbre do teclado em bastante evidência não dificultam os paralelos.

Hurts

Te confessar que fazia tempo que Hurts não empogava com uma música como Ready to Go, um dos singles que antecedem o álbum Desire (com lançamento marcadíssimo para o 29 de setembro). Bastante dançante e com uma melodia bem marcante, é um dos exemplos de como o Indie encontra-se cada vez mais em uma saudável simbiose com a música assumidamente Pop.

Phoenix

E já que estamos no assunto, fica difícil deixar Phoenix de fora da lista. A banda francesa fez um álbum assumidamente Pop e feliz. No fim das contas, Ti Amo pode se destacar na discografia da banda, mas chega totalmente alinhado à produção atual.

The Horrors

Pelo que músicas como Machine e Weighed Down têm mostrado, o grupo inglês nos dará em V (disco que sai neste 22 de setembro) aqueles momentos mais “roqueiro dark” que conhecemos tão bem da banda, mas sem deixar de fora um sonzinho mais dançante/tendência também, como denunciou o single [Something to Remember Me By.

Bleachers

Quem entende bem disso é Jack Antonoff, que trabalhou bem a veia mais Pop do Indie – conquistando assim o mainstream – no passado com a banda fun. Com seu projeto próprio, ele continua a missão de realizar sons grandiosos para você cantar alto enquanto dança nos shows (ou onde estiver ouvindo suas músicas em alguma playlist). Gone Now saiu em junho.

Rostam

Quem fecha a lista da vez é outro produtor que saiu de uma banda conhecida (no caso, Vampire Weekend) para ingressar em carreira solo: Rostam Batmanglij é, talvez, o mais “Indie de raiz” de todos os apresentados aqui, se você considerar seu trabalho como uma grande continuidade ao som que ouvíamos lá em 2011, 12 ou 13. Muitos instrumentos, um volume carregado em muitas camadas e referências de décadas passadas a cada segundo, como seu disco Half-Light trabalha.

Loading

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.