Editors sobre “Violence”: “Queremos nos testar ao fazer um disco”

Por telefone, baixista Russell Leetch comenta mais recente lançamento da banda

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“É um tempo estranho de se viver”, disse Russell Leeth (baixista da banda Editors) ao Monkeybuzz por telefone, “não só por medos de guerras e coisas assim, mas por todas as notícias que estamos sempre vendo nas redes sociais, tudo contribui com essa sensação”.

Se você ouviu Violence, recém-lançado álbum do grupo britânico, provavelmente percebeu o tom de suas palavras ao longo das músicas – com títulos como Nothingness, Counting Spooks e Darkness at the Door. Ainda assim, por mais denso que seja em seu conteúdo (que sabe refletir bem nossa época), há uma energia mais “pra cima” nele, um aspecto dançante que chega com ajuda de influências da música Eletrônica no Indie Rock com o qual a banda ficou conhecida.

“Foi engraçado pensar desde o começo como trabalharíamos essas músicas também ao vivo”, explica o baixista, “mesmo elas sendo sérias, queremos colocar um sorriso no rosto das pessoas. O show pode ser uma experiência feliz”.

Segundo Russell, ele e seus companheiros ouvem “não só muita música, como também muitas coisas diferentes entre si”, o que ajudou a fazer com que o som de Violence ganhasse ainda mais corpo a partir de sua proposta, a de expor esse tal clima “estranho” que paira sob o mundo hoje em dia. Essa diversidade de inspirações abriu caminho também para mais referências.

“Queríamos trabalhar com mais programações eletrônicas, além de trazer tudo o que já apresentamos antes”, explica ele, “não queríamos só fazer mais um disco de guitarras, queríamos nos desafiar, foi aí que entraram samplers e drum machines”.

Ele descreve o processo criativo da banda como “bastante cerebral”, principalmente quando comparado a como ele e seus colegas trabalhavam quando Editors começou, em 2002. Hoje, “escolhemos nos testar ao fazer um disco”, afirma.

“Se eu estivesse em uma praia no Havaí, não sei o quanto eu iria querer fazer músicas assim”, diz ele sobre o tom mais dark de Violence, “estando na Grã-Bretanha, cercado por tudo o que tenho visto, me sinto inspirado para fazer esse tipo de som e de mensagem”. “As pessoas escrevem sobre o mundo em que elas vivem, é também a nossa forma de deixá-lo melhor”, conclui.

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ARTISTA: Editors
MARCADORES: Entrevista

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.