Músicas que despertam qualquer ouvido para beleza, novos sons ou novas ideias, sem datas de validade. Assim é a coluna Acorde.
A cada edição, a equipe Monkeybuzz dá três dicas de faixas capazes de mudar vidas. Duvida?
Rihanna – Love on the Brain
Talvez a canção mais old school do álbum ANTI (2016) (cronologicamente, podemos alinhar Etta James, Whitney Houston e até Amy Winehouse como possíveis intérpretes caso a faixa fosse lançada em outros tempos) e isso poderia ser suficiente para a música ter sua relevância dentre outras tão boas que ocupam a mesma obra, exatamente pelo contraste entre elas. Mas, apesar da roupagem romântica, a letra trata de um relacionamento abusivo, o que torna quase irônico o “tributo” a grandes canções de amor. Trechos descrevendo o que pode ser facilmente interpretado como agressões físicas se contrapõem a outros dizendo que “não posso ter o bastante”, mostrando uma dependência emocional a um parceiro/situação que está longe de ser algo saudável. Uma letra e tema relevantes em um contexto que, infelizmente, não é novidade.
(por Leandro Reis)
BaianaSystem – Playsom
Já faz três anos que o grupo de Salvador despontou como um dos nomes mais interessantes desta safra, e toda nossa atenção se voltou para a banda em um primeiro momento por culpa de Playsom. Com o charme das palavras cortadas de Russo Passapusso e suas rimas elípticas, uma produção exuberante – da escolha dos timbres à sonoridade final – e todo aquele seu clima periférico e festivo que promove um carnaval inteiro à cada audição, a faixa não envelheceu nem um diazinho sequer e deve continuar colocando gente pra dançar por ainda algumas gerações.
(por André Felipe de Medeiros)
Charlotte Day Wilson – Let You Down
Por trás do rosto sisudo e sério que representa o seu EP Stone Woman, Charlotte Day Wilson guarda alguns mistérios. Uma voz que pode tanto se dividir entre o Folk ao R&B e que brilha exponencialmente em Let You Down, faixa desconstruída que abre espaço dentro de um trabalho bem cuidado e produzido. Para ouvir nos momentos românticos que surgem eventualmente na vida.
(por Gabriel Rolim)