“You Are Free”, de Cat Power, Emociona Já Há Uma Década

Um dos discos mais importantes de Chan Marshall é também um marco na vida de muitos fãs

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Dez anos após seu lançamento, You Are Free são muitas as razões para esse disco ser relembrado, seja por quem conhece um pouco da obra de Cat Power, pela crítica, ou pelos fãs – embora esses dificilmente tenham esquecido do álbum em algum momento.

Ele foi o primeiro trabalho original de Chan Marshall em cinco anos. No intervalo entre o álbum e o anterior, Moon Pix (1998), a artista trabalhou em um disco de covers (The Covers Record) e em seu projeto de acompanhar exibições do filme-mudo A Paixão de Joanna D’Arc. Isso, por si só, já garantiria um lugar especial no coração dos ansiosos fãs.

Essa foi uma das razões para outro marco da obra: You Are Free foi o primeiro disco da moça a entrar nas paradas da Billboard, chegando ao número 105 em vendas (lembre-se que era um outro momento para a música independente/alternativa) e ao egundo lugar das paradas entre os artistas independentes.

Parte da exposição veio também com algumas nobres participações (chamá-las de apenas “especiais” seria eufemismo). O álbum contou com Dave Grohl na bateria em Speak For Me, He War e Shaking Paper – faixa em que o líder do Foo Fighters toca também baixo -, Eddie Vedder nos vocais de Good Woman e Evolution e Warren Ellis (da banda Dirty Three) nos violinos de Werewolf.

Ainda assim, essas coisas não importam tanto quando ouvimos a interpretação com a alma na mão em faixas como I Don’t Blame You e Fool. Chan sabe cantar direto ao coração. Ela tem tanta intimidade com o ouvinte que a simples declaração do seu título, “você é livre”, já soa como poesia completa para quem tem esta conexão direta com a obra da cantora.

Após uma década ouvindo You Are Free, são muitos os detalhes que fazem desde um grande álbum, mas o maior deles é, certamente, o quanto estas músicas são carregadas de significado, cada uma delas e juntas, como um todo, para aqueles que as ouvem há dez anos ou dez dias. É um daqueles discos que não marcam só épocas, mas, de verdade, marcam vidas.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.