2013 Em Resumo | Parte 2

Veja uma retrospectiva do que de mais relevante aconteceu nestes primeiros meses do ano – incluindo os grandes lançamentos, revelações e destaques do Ouça

Loading

Ontem começamos uma pequena retrospectiva do que foi 2013 até agora. Rastreamos nossas apostas, vimos quais os discos mereceram nossa maior nota (as cinco bananas), observamos que muitas bandas saíram de um longo hiato (e o recorde vai para o My Bloody Valentine com 22 anos) e relembramos também alguns vídeos que saíram na Monkey TV.

Agora, vamos continuar com mais um pouco do que de mais relevante aconteceu neste ano:

2013: Um ano de grandes lançamentos

Eu realmente não lembro qual foi a última vez em que um só ano agrupou tantos lançamentos de discos de bandas já consagradas. Sejam novos ou velhos, esses artistas já alcançaram o patamar de grandes expoentes da música moderna e com seus novos discos muitos deles conseguiram se sustentar nessa posição ou até mesmo atingir um sucesso ainda maior.

Chaz Bundick e seu Toro Y Moi fez isso com o ótimo Anything in Return , o quase Folk do Local Natives com Hummingbird, os math rockers do Foals com Holy Fire, os nova-iorquinos do Vampire Weekend como Modern Vampires of the City, The National com o Trouble Will Find Me, a inglesinha Laura Marling e seu Once I Was an Eagle, os islandeses do Sigur Rós com o obscuro Kveikur, Tyler, The Creatore seu pesado Wolf, o coletivo encabeçado por Diplo, Major Lazer, com o rebolante Free the Universe e, é claro, a volta do Phoenix com o tão aguardado Bankrupt só para citar alguns. Isso sem contar que ainda temos pela frente discos de Arctic Monkeys, Franz Ferdinand, White Lies , Kings of Leon, Grouplove e Arcade Fire.

Mas nem todos os lançamentos mais aguardados nos convenceram. The Strokes e seu Comedown Machine, Portugal. The Man e seu fraco Pop Psicodélico em Evil Friends e Yeah Yeah Yeahs com seu Mosquito saíram bem abaixo do que se esperava de bandas com tamanho potencial como estas. Não são discos ruins, mas estão longe de serem tão memoráveis quantos seus lançamentos anteriores.

Outros artistas que também nos chamaram a atenção já são velhos conhecidos e continuaram seu histórico em bons discos com seus novos lançamentos. Johnny Marr finalmente fez sua estreia em carreira solo com o ótimo The Messenger, Yo La Tengo manteve a solidez de seu trabalho com Fade, o soturno Nick Cave acompanhado de seus The Bad Seeds não fizeram feio com Push The Sky Away, a trupe de Wayne Coyne, The Flaming Lips, nos assustou com o sombrio The Terror (e ainda trouxe parte dele para sua apresentação no Lollapalooza deste ano), o incansável Robert Pollard (sim, aquele mesmo do Guided By Voices) fez mais um álbum em sua carreira solo, o Honey Locust Honky Tonk, Depeche Mode e Pet Shop Boys botaram muita gente pra dançar com seu novos lançamentos e o Twee/Indie Pop do Camera Obscura nos encantou mais uma vez com o lindo Desire Lines.

Revelações

Durante esses primeiros sete meses do ano vimos muitas bandas novas surgindo e isso dos mais variados estilos. Vemos uma nova safra do Rap, Indie Pop, Rock, R&B e outros tantos estilos.

Indie Pop

Esse foi um dos gêneros mais frutíferos do ano rendendo algumas ótimas revelações nacionais como o coletivo Champu, os já não tão desconhecidos assim do Cabana Café que finalmente lançaram seu disco de estreia, Panari e não tem como não falar da grande hype do ano, Clarice Falcão que também fez seu debut com o Monomania. Outra banda que merece destaque no estilo é o Bells Atlas com seu som tropical e cheio de referencias à Música Negra (o Samba está muito presente nesta mistura). Neste ano, o quarteto lançou duas obras autointituladas, um EP e um ótimo álbum. Não saindo tanto desse clima veraneio o Young Dreams também fez uma ótima estreia com o Between Places e seu ecos de The Beach Boys. Fechando nossa lista Pop aparece o com seu Walla com seu ótimo Nature EP. Transitando entre o Indie Pop, Indie Rock e Synthpop, que pode lembrar Saint Motel ou Wannabe Jalva.

Rock

O saudosismo anda em alta nas terras roqueiras e muitas das bandas que se destacaram nesse ano trazem de alguma forma ecos do passado, sejam pelos timbres, influências ou mesmo em um revival. Sam France e Jonathan Rado, duo responsável pelo Foxygen abrem nossa lista com um dos discos mais legais (e com nomes mais longos) do ano – o We Are The 21st Century Ambassadors Of Peace & Magic. Menos pomposo, mas com qualidade equiparável está o quarteto feminino Savages trouxe de volta o Post-Punk de uma maneira que nem seus precursores imaginariam. E se muita gente falava que não passava de uma hype, Silence Yourself veio para provar que as meninas sabem sim fazer boa música.

Dando continuidade a um dos movimentos de mais sucesso do ano passado, bandas como Peace, Tripwires e Jagwar Ma se aproximaram, cada um a sua maneira, da Psicodelia. Ritmos noventistas não ficaram de fora da lista: o Emo apareceu com a ótima estreia do The Word Is A Beautiful Place and I am no Longer Afraid to Die e o Indie Rock típico da época com o Bear Ceuse.

Música Eletrônica

Em especial três estreias nos chamaram a atenção quando o assunto é música eletrônica. Como já dissemos ontem, o Kavinsky conseguiu nossa nota máxima com seu disco de estreia. O duo inglês Disclosure chegou bem perto disso com seu ótimo Settle e o também duo Classixx nem tanto, mas ainda assim Hanging Gardens é um dos debut mais legais do ano.

R&B

Talvez um dos nomes mais interessantes deste ano é Arthur Ashin e seu Autre Ne Veut. Com uma ótima estreia, o artista concretizou em seu disco de estreia, Anxiety, o que vinha apresentando desde 2010 com seus singles e EPs. Já o Quadron não é um nome tão novo assim, mas sua estreia lá em 2009 passou despercebida por muita gente e só agora o duo dinamarquês conseguiu chamar atenção com seu Avalanche.

Rap

Este também é um bom ano pro Rap. O trio escocês Young Fathers relançou sua ótima Tape One EP e conseguiu expandir ainda mais seus horizontes experimentais com Tape Two EP. Outro músico que nos chamou a atenção foi Chance The Rapper com seu inusitado Acid Rap.

Ouça

Mais do que trazer artistas que estão inovando de alguma forma, nossa pretensão com Ouça Bandas é te mostrar artistas que você vai ver com frequência a partir de conhecê-los. Seja por clipes, novos singles ou mesmo EPs e álbuns completos, muitos das nossas dicas continuaram mostrando serviço e devo dizer que com obras muito sólidas.

O inglês Jacob Banks nos agraciou no começo do ano com ótimo Monologue EP e se você é fã de R&B e ainda não ouviu este álbum, deveria. Continuado na vibe R&B, Vondelpark e Inc também fizeram ótimos discos.

Em um dos discos mais abrangentes, mas ao mesmo tempo incrivelmente coeso, o Little Green Cars repaginou diversas tendências do Folk atual e o exercitou a sua própria maneira no ótimo Absolute Zero. Nessa mesma vibe Folk, o duo Slow Skies lançou o belo Close EP.

Dividindo com o Pop o posto de gênero que mais apareceu em nossas indicações, o Rock foi trabalhado de diversas maneiras pelos novos artistas. Waxahatchee apresentou tons mais crus e bem próximos do Indie Rock feminino dos anos 90, com o coletivo Rose Windows ele embarcou em uma viagem de ácido enquanto rumava ao Folk, com o Dead Sons tomou algumas doses extras de testosterona, com And So I Watch You From Afar voltou às aulas de matemática em um robusto Math Rock e com o Buke and Gase foi levado pelas mais diversas experimentações que até possa o descaracterizar como Rock.

O Pop não ficou atrás com as ótimas obras experimentais de Young Wonder, Fyfe, Trails And Ways, Landshapes e Lorde. Cada um levando o estilo para um caminho diferente e testando até onde o som mais radiofônico pode chegar.

Até o Free Jazz passou pelas nossas sessão com o Thundercat, que continuou seu trabalho com seu segundo álbum, Apocalypse.

Loading

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts