Você Conhece o Sintetizador?

Esse tecladinho de timbres esquisitos vem agradando nossos ouvidos desde os anos 60, conheça um pouco de sua história e de seus usos atuais

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Você já ouviu falar de sintetizadores, certo? São esses tecladinhos que produzem timbres esquisitos que vem agradando nossos ouvidos desde os anos 60, modulando o som em diversos efeitos interessantes. Os sintetizadores analógicos são instrumentos musicais eletrônicos projetados para produzir sons gerados através da manipulação direta de correntes elétricas, que são análogas (daí o termo “analógico”) às ondas sonoras mecânicas produzidas por um instrumento (o som da vibração da corda de um violão ou de um piano, por exemplo).

A invenção do sintetizador que acabou se popularizando e se tornando no que conhecemos hoje aconteceu graças ao russo Kazu Theremin (embora a história da música conte com diversos outros exemplos de protótipos antepassados), que elaborou essa máquina digna de ficção científica do vídeo aí embaixo:

Robert Moog, amigo de infância de Theremin, foi quem transformou o instrumento em um teclado e acabou sendo o responsável pela sua disseminação mundial. À exemplo do amigo, deu seu sobrenome ao instrumento e, assim, até hoje o termo Moog é usado como referência genérica á qualquer marca de sintetizador. No ano em que faria seu 78º aniversário, o Google fez um Doodle em homenagem à ele, você se lembra? Clica aqui!

Quando inventado, o Moog era monofônico, ou seja, só era possível tocar uma nota por vez, além disso, como era de se esperar, um trambolho gigantesco. O pioneiro a utilizar o sintetizador em um show ao vivo foi Keith Emerson, que posteriormente formaria o Emerson, Lake & Palmer. Na segunda metade da década seguinte viriam duas outras transformações muito importantes: Não só seu tamanho se reduziria consideravelmente, facilitando seu transporte e armazenamento, como também foram desenvolvidos sintetizadores polifônicos, como o Polymoog, de 1976, podendo-se, assim, gerar acordes.

A manipulação analógica das tensões e a modulação de ondas para a criação de efeitos vem caminhando na históra da música desde então, este é o mesmo princípio, por exemplo, utilizado em muitos pedais de guitarra, que, embora não gerem o sinal como os sintetizadores, são capazes de manipular a corrente eletrica do mesmo modo. As invenções e possibilidades são inúmeras, e, impulsionada pela capacidade de se gerar sinais sonoros digitais, a história parece que nunca vai ter fim.

A questão é que, desde sua criação, embora tenha sido extensamente usado po músicos populares como Beatles e The Doors, sempre existiu um certo preconceito velado (às vezes nem tanto) de muitos musicos que isolavam o uso dos instrumentos eletrônicos aos excêntricos do Rock Progressivo ou ao nicho exclusivo da música analógica-digital que nascia nos anos 70 com o pioneirismo de Kraftwerk, por exemplo. A prova está nas quantidade de discussões que põe em cheque incansavelmente a validade da música eletrônica e o seu papel no cenário da história da música. Mas, na verdade, as linhas de territórios já se dissolveram há muito tempo e hoje é impossível de isolar radicalmente o uso desses recursos. Abaixo, vídeos de três grupos distintos que apostam pesado no uso dos sintetizadores, mas que se localizam em gêneros isolados da música conteporânea. Apresentações que provam que é possível experimentar a manipulação eletrônica sem ter que necessariamente fugir da alma Pop. Vamos da Ambient Music soturna de Darkside, ao Electro-Pop sueco de Miike Snow chegando no Post-Dubstep de James Blake:

Como eu disse ali no parágrafo anterior, hoje em dia o uso do sintetizador já está consagrado em todos os estilos e seria necessário muito preciosismo para ignorar os recursos do uso do mesmo em qualquer vertente musical. Das marcas que sempre foram os grandes nomes pioneiros como Yamaha, Casio, ou mesmo da grande fatia de mercado hoje ocupada pelos belos teclados vermelhos da Nord, a facilidade de acesso à informação traz consigo a facilidade da manufatura dos mesmos, e algumas marcas menores (já que estamos era do Indie e da impressora 3D) já ganharam as graças dos músicos, como a linha de amarelos gravíssimos do Mopho, da Dave Smith Instruments, ou o Dark Time da Doepfer, entre milhares de outros…

Para encerrar, uma breve documentário da Creators Project feito sobre a gravação de um de nossos álbuns favoritos desse ano, Paracosm, do Washed Out, que utilizou uma série de sintetizadores raros em sua confecção, seguida de uma apresentação ao vivo dos mesmos. Aproveitem!

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Autor:

é músico e escreve sobre arte