2013 em Pauta: Pop

Seja envolta pela Eletrônica ou mesmo flertando com MPB, gênero mostrou sua faceta de acompanhante a qualquer outro estilo e nos surpreendeu com muita qualidade

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O fim do ano já chegou, assim como a hora de olhar pra trás e reviver um pouco do que de melhor aconteceu em 2013. Isso vale para todos os aspectos de nossa vida e, é claro, vale para a música também. Nesta semana, traremos resumos do que melhor aconteceu dentro dos estilos musicais que mais se destacaram neste ano, apontando os melhores lançamentos, estreantes mais promissores e os fatos que marcaram esse ótimo ano.

Se fica uma lição aprendida nestes doze meses sobre a música Pop é que esse adjetivo ultrapassa definições de gênero ou estilo. E, de uma vez por todas, você tem todo o direito de olhar torto para quem tentar te dizer que Pop é sinônimo de falta de qualidade. Não precisamos nem tentar argumentar em seu favor: Estas faixas já o fazem muito bem.

Fatos Marcantes

Multigêneros sem ser Genérico

O Pop em 2013 tem como principal característica uma certa “impureza”. Ou seja, nada é estritamente Pop. É Rock, MPB, Soul, Folk, Indie ou R&B, mas é Pop, sem dúvidas e com orgulho, e só chamamos assim pela possibilidade que o som tem de agradar muita gente ao mesmo tempo.

Isso só conferiu ainda mais personalidade ao trabalho de gente que esbanja identidade própria em qualquer um desses estilos. É o caso, por exemplo, de Janelle Monáe, que lançou seu segundo álbum (The Electric Lady) em setembro e deu continuidade à sua proposta esteticamente fora do comum para um som que pode agradar o mainstream. Outro assim é o mais que consagrado Paul McCartney, que ajudou a consolidar o Pop há 50 anos e segue seu caminho de reinvenções e muita música boa em New, mantendo o respeito de todos. Seguindo a mesma pegada de inovação no som, Tiago Iorc fez bonito em seu terceiro disco, Zeski, trabalhando um som refinado que pode ser degustado por qualquer plateia.

Outros que fizeram um trabalho que nos chamou a atenção sob essa mesma pegada foram os que também fazem um som bem produzido em banda, como Phoenix, Mahmundi, Mayer Hawthorne, Castello Branco, Tereza e Móveis Coloniais de Acaju – todos com trabalhos possíveis de serem apreciados fora dos nichos em que foram desenvolvidos.

Independente da cena a qual o trabalho estiver ligado, o que muitos músicos aproveitaram durante o ano foi o “estado de espírito Pop”, ao invés de pensá-lo como um gênero.

Girl Power!

Como a tradição manda, a mulherada reinou absolutamente nos territórios mais dançantes do Pop. Além de Janelle, a jovenzinha Lorde, que conquistou sua Nova Zelândia natal e o resto do mundo antes dos 18 anos, foi um dos grandes destaques, principalmente por seu single Royals – um dos maiores sucessos de 2013.

Além dela, Solange seguiu um caminho alternativo ao de sua irmã Beyoncé e investiu em soltar a voz e o corpo em estéticas menos comerciais, mas sempre muito agradáveis, que lembram sons feitos nos anos 80. Quem também segue a mesma vibe é Sky Ferreira, outra cuja voz e rosto (e, convenhamos, peitinhos) foram amplamente divulgados no meio alternativo durante o ano.

Chlöe Howl é outra que apostou em sintetizadores e um visual diferente do comum para se destacar em 2013 – e conseguiu. E não tem como tocar no assunto sem citar Charli XCX, que faz as vezes de diva às avessas com seu visual alternativo para adornar suas músicas dançantes – inclusive, ela está em um dos grandes hinos Pop do ano: I Love It, do duo IconaPop.

O Eletro É Pop

Continuando a tendência que já vem acontecendo há anos, a música Eletrônica é a grande fonte de matéria prima para a música Pop mais dançante. Quando vemos o trabalho de Yuna e AlunaGeorge, por exemplo, ou mesmo o de BANKS e CHVRCHES, fica claro que o som sintético ainda será muito explorado no meio Pop.

Um dos grandes culpados disso é Justin Timberlake, que lançou não um, mas dois álbuns em 2013. Meio R&B, um tanto Eletrônico e muito Pop, seu trabalho não deixa dúvidas de que o mainstream pode e deve abusar do que DJs e produtores ao redor do globo tem desenvolvido.

Por falar nisso, um dos álbuns de mais destaque nos últimos meses foi Random Access Memories, da dupla Daft Punk, que – por mais que seja calcado em tendências da música Eletrônica – apresenta um conteúdo Pop delicioso, principalmente nos singles que o divulgaram, como Lose Yourself to Dance e, é claro, Get Lucky.

Falando nisso, quando vemos AlunaGeorge cantando em faixa da dupla Disclosure ou Ellie Goulding emprestando o vocal para Calvin Harris (além de suas antigas parcerias com Skrillex), vemos que essa veia da música popular também tem o que oferecer e influenciar o meio Eletrônico.

Romantismo em Português

Por outro lado, no Brasil, foram muitas as bandas e músicos que aproveitaram um som Pop (não esse dançante, mas aquele mais instrumentado mesmo) para criar canções que esbanjam, além de uma musicalidade ótima, romantismo.

É o caso do pessoal de Curitiba, como A Banda Mais Bonita da Cidade, Ana Larousse, Leo Fressato e Esperanza (que conhecíamos como Sabonetes, mas mudou de nome na hora de colocar um verniz mais Pop em seu som), além do já citado Tiago Iorc.

Por outros lugares do país, esse movimento continua, com destaque para os trabalhos de Vanguart, Phill Veras, Guri, Clarice Falcão e do mestre Guilherme Arantes. Chame de MPB, de Rock, Folk ou do que quiser, mas o potencial Pop do trabalho desses nomes é inquestionável.

Melhores Estreias

Falei de Paul McCartney e Guilherme Arantes, mas os novatos dominaram a cena Pop em 2013. Muita gente conseguiu atrelar um som de fácil digestão a novas tendências, estéticas mais refinadas e aspectos vanguardistas. Dentre eles, estes valem ser mencionados.

CHVRCHES

Chlöe Howl

AlunaGeorge

Discos Mais Relevantes

De todos os trabalhos lançados durante o ano com esse viés Pop, alguns trabalhos conseguiram se destacar por terem satisfeito as expectativas do público, conseguido um alcance grande em diversos públicos e trabalhado sons fora do óbvio sem perder seu caráter mais agradável. Se você não sabe por onde começar sua viagem Pop, eis algumas dicas.

Lorde

Tiago Iorc

Justin Timberlake

Paul McCartney

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.