O tal do “menos é mais” tem conotações interessantes quando o assunto é música, de bandas com poucos integrantes que fazem um som em alto volume a faixas com poucos timbres que conseguem mover multidões (veja Lorde com Royals, por exemplo). No caso de The xx, o trio de Londres parece seguir uma matemática bastante própria na soma de seus elementos, naquilo que subtrai do modelo de banda dito convencional e na multiplicação de seu sucesso – principal motivo de ter seu nome logo na primeira linha do cartaz do Lollapalooza Brasil 2017.
O show no sábado, 25 de março, trará no repertório o recém-lançado I See You, o momento mais dançante do grupo até hoje – qualidade que não anula as características do som que sempre fez, do aspecto mais onírico a uma melancolia que você percebe de longe. Seja quando ouvimos as vozes com apenas um ou outro instrumento atrás ou quando a faixa está preenchida de beats e outros adornos, temos sempre a impressão que The xx faz música na medida certa.
Quem viu a banda por sua passagem no Brasil em 2013 sabe que suas performances são capazes de recriar os mesmos sentimentos que seus álbuns. A atmosfera etérea permite que o público sonhe acordado em uma jornada mais introspectiva do que costumamos ver em um show de grande palco. As vozes tranquilas, as guitarras de acordes alongados e as batidas de volume moderado são as principais responsáveis por abraçar o público com as melodias e letras que compartilharemos na noite do dia 25.
E, como já foi dito, The xx vem ao Lollapalooza justamente com um disco mais dançante, o que deve gerar uma apresentação interessante também para uma pequena parte da plateia que curte o trio, porém com uma ligação menos emocional com sua obra. Se sua intenção é fechar o dia no festival com um show que mantém o pique de curtir boa música ao ar livre, não é arriscado dizer que você sairá satisfeito.
De qualquer forma, The xx foi uma escolha certeira da produção do Lollapalooza Brasil para ter entre suas atrações principais, já que sua popularidade é bastante justificável pela alta qualidade de seu som, capaz de mover toda a multidão ali presente para um estado de cantar as músicas enquanto dança e chora ao mesmo tempo. Quem é fã entende.
