Entrevista: Jaloo

Músico comenta evolução do disco “#1” no palco e participação no Lollapalooza Brasil 2017

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Fotos: Junior Franch

“Acabei de sair do ensaio com as dançarinas”, disse Jaloo ao Monkeybuzz por telefone na hora marcada para a entrevista para o aquecimento Lollapalooza Brasil 2017, já dando algumas pistas do que poderemos esperar deste que abre o Palco Axe no evento – seu show está marcado para 12:45 do sábado, 25 de março.

Com uma experiência considerável na hora de levar o repertório de seu #1 aos palcos, o paraense deve colocar o público no clima certo para o festival já em seus primeiros minutos. Durante a conversa, ele contou mais sobre como tem sido seu trabalho desde que o disco saiu.

Monkeybuzz: Como o disco está hoje ao vivo, quase um ano e meio após o seu lançamento?
Jaloo: Ele está bem mais maduro, a gente está bem mais afiado, já sabe os caminhos que precisam ser percorridos para o show. Foi um estudo de um ano, quebrando a cara e aprendendo. No som, muita coisa mudou, eu tocava instrumento orgânico, hoje é tudo eletrônico, ainda que tudo ao vivo.

Mb: Nos primeiros shows, você parecia estar mais concentrado em ser músico-produtor, enquanto agora você parece ser mais intérprete.
Jaloo: Eu digo que estou mais performático, mais solto, hiperativo. Isso foi outra coisa que aprendi com a estrada, que, quanto mais preso eu ficava ao equipamento, menos eu interagia com o público. E eu sentia essa necessidade, que o público quer olhar no olho, quer saber da sua vida, quer fazer parte do show.

Mb: É assim que você gosta de ver nos shows aos quais você vai como plateia também?
Jaloo: Exatamente. Eu assisto a muitos shows para aprender novas habilidades, também para saber criticar o que eu não gosto.

Mb: Para você, qual a diferença em tocar em um grande palco de festival assim?
Jaloo: Cada palco é um desafio. Já toquei em cada lugar que não cabia nada (risos). Em um palco grande, eu gosto de ter as dançarinas e, se o show está muito quente, eu vou querer pular no público, então já tenho que ver isso antes, durante a passagem de som, onde dá para fazer isso… Tem todo um planejamento da zueira (risos), eu planejo a bagunça.

Mb: Você tocará nos mesmos palco e dia que nomes como BaianaSystem, Tegan and Sara e Criolo, todos nomes que estão ligados de certa forma a alguma luta de minoria. Como é para você fazer parte disso?
Jaloo: Eu fico muito feliz, em primeiro lugar. É muito legal ser parte de uma minoria, mesmo sem estar cantando sobre ela. Eu sou o que eu sou, eu só existo e, por conta disso, eu sou enquadrado como um artista gay, ou de minoria, de empoderamento, de tombamento… Só que, no fim das contas, o meu disco nem fala sobre isso. Eu me preocupo muito com a natureza das coisas, não quero sentar para escrever uma música política, de empoderamento… se surgir na hora de escrever, ótimo, vou ficar muito feliz, mas não chego a planejar isso. Essa segmentação foi um presente, porque deu para as pessoas o que falar, mas é tudo bem natural. E é engraçado porque estou aprendendo muita coisa. Eu fui colocado nessa corrente, mas não entendia várias coisas e estou agora nesse eterno aprendizado.

Mb: E, por falar em outras atrações do festival, quais shows você mais quer ver no Lollapalooza Brasil 2017? Jaloo: e Tove Lo. Ah, e The Weeknd. Nunca me interessei por ele, mas adorei esse disco novo.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.