Mac DeMarco: Ode ao Cachorro Velho

Músico promete apresentação divertida e desencanada no festival

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É muito improvável que você, leitor, esteja aqui diante de um artigo do Monkeybuzz, edição especial Lollapalooza 2018, sem saber quem é Mac DeMarco. Se por acaso essa é a sua situação, não se preocupe: acompanhamos a carreira do cara desde o lançamento de seu álbum mais icônico, 2, e você pode ler tudo o que escrevemos sobre ele clicando aqui.

No entanto, se você já conhece o artista, provavelmente já atinou o quanto o estilo do sujeito é influente. Se olharmos para a música que cunhou o estilo DIY de nossos tempo, não fica difícil afirmar: Mac DeMarco é a cara do Indie desta década. Seu estilo cômico, largado e desencanado autorizou centenas de artistas a trilharem o mesmo caminho, chegando até mesmo a furar a bolha do mainstream. Sua força motriz é uma música besuntada por efeitos de eco – reverb, delay, vibrato e afins -, uma guitarra de riffs marotos que desliza melodiosa sobre canções de amor, canções de fumar cigarro, canções de envelhecer.

Seus shows costumam ser bem desencanados, as vezes mais caóticos – com deMarco queimando os pentelhos com um isqueiro -, as vezes mais comportados – fazendo declarações à namorada Kiki e chamando-a para subir ao palco e ganhar um beijinho. Na verdade, a vibe segue a lógica de seus discos: ao longo de sua carreira deMarco saiu dos 20 anos de idade e se aproxima dos 30, e seus discos transmutaram de uma vibe mais pateta para alguém mais consciente e melancólico. Os shows, no entanto, pedem um pouco de cada momento, e, por isso, são mais ou menos uma concentração das diferentes personalidades do artista.

“Let’s relax, have a nice time”, diz o artista antes do início de sua apresentação para a Pitchfork no ano passado. Essa, de fato, parece ser a única prerrogativa para assistir a uma apresentação do músico. Ao lado de grandes nomes no festival, que tem uma cara mais séria, Mac DeMarco brilha com seu próprio charme, e promete ser um momento de descontração, provando que a música é feita, em primeiro lugar, para ser curtida.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.