A malemolência misteriosa de Barbados é materna, já a densidade sueca é provinda pelo pai. A inusitada soma traz influências de extremos pontos do globo que formam o que Naomi Pilgrim é tanto em sua vida pessoal quanto em seu trabalho, que é o nicho que nos cabe ao apresentá-la como uma cantora solo a se ficar de olho daqui para frente. Naomi atualmente tem 29 anos, mas disse saber desde seus 14 o que queria pra vida, e contou com o apoio dentro da própria casa, já que sempre conviveu com uma família também musical. Pulando o estardalhaço de ser famosa ainda adolescente, Naomi passou esse tempo todo estudando e afinando suas influências até que se sentisse pronta para dar pontapé na própria carreira.
Muito alinhada às novidades sonoras, Pilgrim traz em suas bases um interessante pastiche eletrônico que caminha próximo a um Synthpop muito inventivo, tal qual Py, AlunaGeorge, Moko e Kelela. Os vocais são diluídos em diversos gêneros, principalmente quando se trata de Alt R&B ou então Dream Pop. Seu mais recente single, House of Dreams, é prova viva de toda a explicação dada e prepara o ambiente para um novo EP de mesmo nome que sairá em julho de 2014. O trabalho, além de apresentar a bela canção, incorporará as faixas de seu primeiro compacto autoinitulado no tal disco.
A quase balzaquiana artista, apesar de estar apenas começando a trilha seu próprio caminho, já tem um belo histórico inicial, visto que por algum tempo Naomi trabalhou ao lado de Lykke Li, como sua backing vocal. Em entrevista a The Interview, a musicista revelou ter aprendido muito com a ávida estrela, mas que agora pretende seguir ao lado de seu produtor Fredrick Okazaki, que disse ter se inspirado muito na cultura japonesa para construir o trabalho de Pilgrim.
Envolvendo o ouvinte entusiasta dessa nova onda musical, desbravam-se sons que são influenciados por lastros do Trip Hop, inserções da Soul Music em sua forma mais pura e até reinterpretações sinestésicas dentro da música eletrônica. Naomi Pilgrim é uma dessas pedras preciosas do futuro que transita entre o dançante, o experimental e o furtivo além de estar aliada as batidas de Okazaki, que se diluem de maneira muito leve e naturalmente crescente.
