Não repare se você começar a ouvir a falar muito de Kevin Abstract em um futuro próximo. O cara já vem conquistando cada vez mais espaço para além de seu Texas de nascimento, encontrando um público principalmente jovem e alternativo que abraçou seu Hip Hop diferenciado e o colocou em playlists ao lado de gente como Frank Ocean – uma de suas assumidas referências.
Ele ainda nem chegou aos 21 anos e já possui uma certa experiência, tendo lançado sua primeira mixtape em 2010 e um EP em 2013. Seu primeiro álbum veio no ano seguinte, MTV1987, e em 2016, o segundo, American Boyfriend: A Suburban Love Story – e é agora que a história começa a ficar boa de fato.
Puxado pelo hit Empty, o disco foi o maior responsável tanto por levar o nome de Abstract para além das fronteiras da cena local que ele faz parte, quanto por estabelecer sua estética freak em forma e conteúdo, dentro e fora da música, como seu videoclipe mostra.
Assim como Ocean, Kevin dialoga sobre sua sexualidade fora dos estereótipos e dos exageros, criando uma identificação em um lado mais, digamos, humano em seu público. Suas músicas contam histórias parecidas com várias outras que ouvimos por aí (ou curtimos em séries e filmes), sempre acompanhadas de um bom amparo de vídeo, outra área fértil para o artista.
Kevin Abstract ainda será muito falado por aí porque é um desses artistas que parecem carregar naturalmente a tarefa de ser a voz de sua geração – ou, em uma maneira mais realista (e menos cafona) de falar, ser o porta voz de um grupo de pessoas muito específico que compartilham idade, gostos e até medos.
Ouça desde já.
