Soft Glas é o produtor Joao Gonzalez, mais um nome da fértil cena do Brooklyn (Nova York, EUA) que aposta em sonoridades bastante contemporâneas para sua música.
Ele cita Radiohead e Tyler, the Creator entre suas influências, e imagino que localizar seu som ali em algum lugar no meio dos dois não seja uma tarefa muito difícil. Como dito antes, você logo saca um referencial propriamente de hoje em dia em suas criações, resumindo em faixas (instrumentais ou não) aquilo que mais admiramos nos últimos anos.
Isso tem a ver também com Toro y Moi, Tycho e outros músicos que apostam em um som Eletrônico que te lembra discos que você já ouviu antes do Indie ao Trip Hop. Melhor ainda é constatar, como no seu álbum de estreia (Late Bloom, 2016) que o cara possui uma identidade muito própria, mesmo com tantas comparações.
É um som para você se perder em suas ambientações, mesmo aquelas que chegam com poucos timbres – como Monument, faixa bônus já apresentada de seu próximo disco, Orange Earth, que sai já em 21 de setembro. Gonzalez mostra que sabe usar os sintetizadores ao lado de alguns poucos instrumentos para criar universos bastante volumosos, mas sem qualquer tipo de exagero.
Um outro detalhe relevante é ele ser filho do renomado jazzista Gonzalo Rubalcaba, uma pista que nos ajuda a entender seu envolvimento com música – e coloca Gonzalez no mesmo rol de “ótimos músicos filhos de artistas latinos consagrados” onde estão Ibeyi e Gabriel Garzón-Montano, por exemplo.
Soft Glas fica como recomendação para quem quer ouvir um som essencialmente novo, mas longe de qualquer experimentação que torne sua obra inacessível ou pouco convidativa. Pelo contrário, suas músicas são bastante simpáticas aos ouvidos de quem escuta bastante os sons mais contemporâneos e oferecem diversas surpresas muito bem vindas ao longo da audição.
Para ouvir e ficar de olho no 21 de setembro. Dica: Somewhere, de Late Bloom, é a favorita aqui da redação.
