Ouça: Boogarins

Quarteto goiano é dono de uma das melhores estreias do ano, nacional e internacionalmente

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Fotos: Fernando Galassi/Monkeybuzz

Diferente de outros Ouça: Bandas que tivemos em nossas páginas nos últimos meses, a nossa indicação da semana já esteve presente em nossas páginas em duas oportunidades: uma delas a resenha de seu primeiro álbum, As Plantas Que Curam, e a outra referente a sua recente passagem pela capital paulista em um show feito em conjunto com Jair Naves. Não fosse bastante dar destaque ao quarteto goiano nestas duas ocasiões, não poderíamos deixa-los de fora de nossa maior indicação referente a bandas novas, esta coluna que você está lendo agora mesmo.

Com um som que viaja pelas tradições psicodélicas de bandas do passado e do presente, o som feito pelo Boogarins traz em si um misto destas duas épocas em uma amálgama lisérgica, que ora se veste com o Folk, ora com Blues Rock, porém sempre destilando notas psicodélicas, seja nas guitarras carregadas de efeitos ou no vocal cheio de reverberações. O resultado, paradoxalmente, soa Pop (ou pelo menos muito acessível a quem se lança nesta viagem) e com um grande tom de urgência em suas faixas, o que por fim deixa sua obra dinâmica e feita sob medida para uma viagem psicotrópica.

Ao ouvir suas músicas é perceptível à influência de bandas como Mutantes, algumas obras de Devendra Banhart, Foxygen e Tame Impala, todos membros de uma safra de novos e velhos hippies que traduzem a revolução de paz e amor vivida nos anos 60 em música. Com um brasileirismo discreto presente em suas faixas, o grupo bebe de fontes da Tropicalia e canta em nossa língua-mãe, um grande diferencial que os fez chamar a atenção não só de nós brasileiro, como também da imprensa estrangeira, que achou em As Plantas Que Curam um “remédio” para todo para veicular um dos mais potentes exemplares do psicodelia brasileira desde os Mutantes.

Voltando aos primórdios da banda, o Boogarins surgiu como um duo, Fernando Almeida e Benke Ferraz, posteriormente formando o quarteto que conhecemos hoje, adicionando mais dois integrantes, Hans e Raphael. O impressionante é que o grupo não soma nem um ano tocando junto e já demonstra grande maturidade, seja no estúdio, compondo uma sólida obra, ou nos palcos, demonstrando ainda mais a potencia de suas composições.

E toda essa maturidade precoce (de integrantes que não passam dos 20 anos) chamou a atenção de gravadoras e selos gringos, entre eles a Other Music Recording e Fat Possum Records, casa de artistas como Youth Lagoon, Melody’s Echo Chamber, 2:54, Friends e outras bandas que já figuraram em nossas páginas. A banda não só chamou a atenção das gravadoras, como também de diversos veículos internacionais que cobriam cada passo da banda, aumentando o buzz a cada lançamento de faixa inédita e clipe e chegando aos principais veículos internacionais com lançamento do álbum.

Com um futuro promissor pela frente, o quarteto já tem todas as ferramentas em suas mãos para aumentar seu sucesso e se consolidar como mais um nome brasileiro com selo exportação – e vale a pena dizer que o quarteto já tem shows agendados pela América do Norte e Europa.

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ARTISTA: Boogarins
MARCADORES: Ouça

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts