In the Belly of the Brazen Bull podia ser considerado um “The Best of” de músicas inéditas. Mesmo com várias diferenças de seus álbuns anteriores, o The Cribs parece resgatar certos pontos de cada um deles e os coloca nesse novo disco. A maior das diferenças, na verdade, é a honestidade com que ele foi feito. O vocalista Ryan Jarman disse, em uma entrevista, que não queria soar desta forma em suas letras nos discos anteriores, mas neste álbum existe algo muito pessoal.
Outro fator que ajudou a banda aqui foi a presença de dois produtores de peso: Dave Fridmann (que já produziu MGMT e Flaming Lips) e Steve Albini (Pixies e Nirvana) foram escalados nessa mega produção. Com um time desses, é difícil qualquer coisa sair ruim.
Também é importante a questão da banda querer fugir do rótulo de marginais tanto na música Pop quanto na música Indie e ainda perder aquela vibe que Jonhy Marr (ex-Smiths) trouxe ao Ignore the Ignorant, disco de 2009, que tinha uma pegada “calminha e serena” como nunca se havia visto em mais nenhum disco do trio.
Este álbum pode ser considerado uma mistura de tudo o que a banda já fez, ele capta bem a pegada Pop e alegre do disco homônimo (2007), as músicas perfeitas para levantar um festival de Men’s Needs, Women’s Needs, Whatever (2009) e, por fim, a vibe meio Sonic Youth de Be Safe, música retirada do Ignore the Ignorant.
Com uma aura punk e sujinha, Chi-Town rivaliza com a serena I Should Have Helped, única no disco com violão, e é difícil imaginar duas músicas tão diferentes convivendo no mesmo lançamento do trio. Entre altos e baixos, o álbum segue essa dicotomia, apresentando faixas que convivem bem juntas, sem estarem necessariamente unidas.