Resenhas

Stardeath and White Dwarfs – Wastoid

Banda regida por sobrinho de Wayne Coyne mostra que a genética não falha

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Ano: 2014
Selo: Federal Prism
# Faixas: 11
Estilos: Rock Experimental, Rock Alternativo, Eletrônico Experimental
Duração: 44:21
Nota: 3.5

O nome Stardeath and White Dwarfs sugere logo de cara um ideal que sai do padrão. A genética vem e arremata de vez a suspeita. Em atividade desde 2005, a banda regida por Dennis Coyne investe em um bom Rock Experimental desde seu primeiro EP. O sobrenome do líder é conhecido, porque de fato o vocalista é sobrinho de ninguém menos que Wayne Coyne, uma das referências em experimentação musical e mentor de The Flaming Lips. Wastoid é o teceiro disco da trupe do pupilo Dennis, e mostra que pode ser sim o entroncamento futuro do marcante som que seu tio faz hoje.

Diferentemente de muitas bandas que fazem um som popular e às vezes tentam se aventurar pelo experimental, Stardeath faz o caminho inverso: O incomum é sua base e a aproximação a estilos mais definidos e palatáveis são sua forma de ousar e sair do mais do mesmo – e isso acontece vez ou outra neste disco.

Isso pode ser visto em canções como Luminous Veil, que transita por um Folk Rock desacelerado que quase beira às composições de Christopher Owens. Já a faixa-título, Wastoid, traz um quê do Blues Rock de The Black Keys e a resposta pro que MGMT já não faz há muito: Um hit que fuja do óbvio, se adeque às suas propostas e consiga conquistar um público novo e manter o antigo. O reverb e as distorções são praticamente regra no decorrer do restante do disco. Músicas como Birds of War e The Screaming, que carrega a parceria do tio Coyne junto, são os carros-chefe do material e propõe uma audição nada monótona, embora alongadas.

Por explorar um caminho mais “tortuoso” do Rock, seria propício dizer pra que os menos atentos pelo estilo deixassem de lado o trabalho, mas a banda surpreende e se mostra muito firme em suas produções, principalmente quando deixa o experimento um pouco de lado, valendo ser dito que no registro a banda imprime bem seus ideais e os outros 50% “de aventura” não desapontam os curiosos. Se Wayne continuar orientando tão bem suas próximas gerações, teremos bons músicos garantidos por um bom tempo.

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Autor:

Jornalista por formação, fotógrafo sazonal e aventureiro no design gráfico.