Resenhas

Glass Animals – ZABA

Banda traz um som empolgante com referências étnicas e Eletrônicas

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Ano: 2014
Selo: Universal Music
# Faixas: 11
Estilos: Eletrônico Étnico, World Music, Trip-Hop
Duração: 45:31
Nota: 3.5

Depois de dois EPs, três singles, um tour com St. Vincent e uma apresentação no SXSW 2014, Glass Animals, o quarteto inglês de Oxford, estreia com seu primeiro álbum de estúdio, ZABA. Mesclando influências étnicas de batidas africanas com sintetizadores psicodélicos, a banda traz um som que caminha entre o intrigante, o misterioso e o sombrio. A própria arte do álbum é bem sugestiva, e condiz bastante com a sonoridade apresentada.

O disco abre com a misteriosa Flip e começa criando uma ambientação com a voz aveludada de Dave Bayley, que encontra seu caminho em meio a uma instrumentação que lembra sons africanos e etéreos, misturando percussões intensas e étnicas com sintetizadores. Essa faixa, assim como as outras ao longo do registro, mostra que não é preciso um grande barulho para atingir o clímax. Cada uma encontra sua própria forma de crescer dentro de si mesma, fazendo um som que ecoa, dentro do seu espaço bem definido. Black Mambo, o primeiro single do trabalho, complementa isso, mantendo-se em seus próprios limites ao longo da execução.

Pools abre com essa mesma ambientação de natureza, pegando pela mão do ouvinte e levando ele para uma floresta, onde tudo flui perfeitamente. O seu desenrolar é uma grata surpresa, que mistura momentos mais introspectivos com a expansividade de uma instrumentação exótica. Gooey é uma faixa que mostra o resultado da união perfeita entre a voz de Dave e o som atmosférico, abrigado num ambiente que já se está familiarizado, depois da audição das primeiras faixas.

Já as letras tem um apelo mais abstrato, como em Toes: “See those snake bamboo / Funky shake ass move / Honey, can you spy / The divine apes wine / ‘Cause he can’t see you”. Essa “viagem” acaba casando com as melodias, que apresentam diversas facetas musicals que acabam chamando a atenção dos ouvidos mais atentos.

A percussão com influências africanas é bem marcada e presente ao longo do registro e está presente do começo ao fim, como em Walla Walla e Hazey, mostrando que a banda abraçou a sonoridade e explorou diversas facetas dela dentro de um trabalho muito coerente, do começo ao fim. A ambientação é bem trabalhada, e traz efeitos sonoros que lembram animais e da própria natureza, mesmo quando a ideia de sintetizador mostre o oposto disso. As duas coisas combinadas resultam em um álbum único, com faixas que chamam a atenção do começo ao fim, sendo sempre uma surpresa para quem ouve pela primeira vez. Nas audições seguintes, você acaba descobrindo novas camadas dentro de um mesmo som, o que dá a sensação de profundidade. A tentativa de explicação é uma busca racional para tentar explicar a sensação etérea de ouvir ZABA, que com certeza é uma boa e intrigante estreia para Glass Animals. Mesmo não sendo dançante, a banda traz um som empolgante que faz esperar por mais lançamentos.

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Autor:

Largadora por vocação. Largou faculdades, o primeiro namorado e o interior. Hoje só quer saber de arte, cinema, música, fotografia e sair correndo pelo mundo.