Resenhas

Dry the River – Alarms in the Heart

Segundo disco da banda inglesa rejeita a grandiosidade óbvia e sabe trabalhar sua sensibilidade

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Ano: 2014
Selo: Transgressive Records
# Faixas: 10
Estilos: Indie Folk, Folk Rock, Indie Rock
Duração: 45:10
Nota: 4.0

Lembro quando saiu Shallow Bed e muitos não gostaram do álbum por considerá-lo grandioso demais, dramático demais. Realmente, Dry the River ficou marcada pra mim como uma banda quase “Barroca”, de tão colossal e sanguínea em sua poesia. Qual foi minha surpresa ao reparar que o segundo álbum parece não tentar levantar voo, preferindo explorar sonoridades e emoções mais terrenas. E seu grande trunfo é fazer isso sem perder uma de suas melhores características: Sua sensibilidade.

Digo isso comparando Alarms in the Heart com seu antecessor, mas ele pode parecer exagerado em alguns momentos quando observado isoladamente, mas não tanto quanto o primeiro. Se você sente saudades dos sentimentos rasgados em timbres quase escandalosos de tão doídos, comece logo pela sequência Gethsemane e Rollerskate. Você vai notar que a pegada é mais roqueira dessa vez, mas isso veio muito bem dosado com o teor emocional de sempre.

Isso dá a impressão de um álbum muito mais “direto”, “urgente” também, do tipo que vem e dá o recado sem fazer muito doce. É claro que as baladas encontram seu lugar, como Roman Candle (com participação da cantora Emma Pollock), Vessel (com um belo violino) e It Was Love that Laid Us Low, mas o foco ficou mais nas músicas mais animadas.

Sobre a grandiosidade da banda, é legal ver como Alarms in the Heart cresce à medida que o escutamos. Não sei o quanto você vai perceber o quanto as músicas são envolventes logo na primeira audição, mas pode acreditar que elas inflam depois de algumas vezes e quase chegam ao tamanho das herméticas baladas do disco anterior.

Na hora de acabar, uma pequena surpresa: Há uma bonus track escondida na última faixa (há quanto tempo eu não via uma dessas?), guiada apenas por um pequeno som contínuo por poucos minutos até que a guitarra comece. São pequenos detalhes que nos lembram que a proporção com que a música nos chega é sempre impactante não só pelo aspecto que elas tem, mas por Dry the River ser uma grande banda.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.