Resenhas

Planar – Invasão

Trio carioca faz Rock sincero, ora contemporâneo e sempre envolvente

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Ano: 2014
# Faixas: 11
Estilos: Rock, Rock Alternativo, Indie Rock
Duração: 43:49
Nota: 3.5
Produção: Patrick Laplan

“A gente é tanto teoria e é tão pouco dia a dia” – esse verso de Trens explica muita da minha simpatia com este primeiro álbum do trio carioca Planar, que eu conheci quando lançou o EP Tanto Mar no ano passado e agora ruma a uma jornada mais desafiadora com seu Invasão, nome muito mais agressivo do que seu som – por mais que alguns desatentos possam discordar dessa afirmação. E é essa desatenção que pode atrapalhar muita gente na hora de curtir um trabalho muito interessante.

Digo isso porque sei que alguns não vão gostar por não se tratar de um disco que parece se esforçar para se destacar em alguma cena, para atingir aquele tal público. Fica a impressão de um trabalho cuja ambição está nele mesmo, seu empenho é de trabalhar bem essas composições. Para alguns, isso não é o suficiente. Pra mim, confesso, é louvável.

Às vezes isso vem com mais peso (como em Conversa Debaixo D’Água), às vezes com uma brasilidade mais acentuada (Acidental). O que se repete é um fator Pop em todas elas – são músicas que sabem agradar um público bastante abrangente, ao invés de se fechar em um nicho. Alguns falariam que as faixas estariam prontas para o rádio (sim, Tanto Mar é o exemplo mais claro disso), mas prefiro usar outro comparativo: Parecem composições prontas para os grandes festivais.

E isso me leva a outro aspecto: Me parece um disco muito pronto para ser apresentado ao vivo (ainda que seja necessário mais do que apenas três músicos pra isso). É fácil imaginar ouvir Café ou Calma de frente a um palco. Mas as faixas tem seu valor quando você quer ouvir em seus fones de ouvido, atento às letras e curtindo a pegada meio Indie Rock, meio um Rock que não precisa ser muito explicado, sem ter que ser old school – pelo contrário, Vendaval, por exemplo, tem uma pegada bem contemporânea.

Invasão é um disco que muita gente que você conhece vai curtir e espero que você também. E se não gostar, que seja por um desagrado espontâneo e não por não ter identificado os elementos que te fazem afirmar que curte isso e não gosta daquilo – que seja pelo dia a dia, não pela teoria. E prepare-se, porque esse espírito de fazer Rock é o que mais ouviremos no Brasil nos próximos anos. E Planar saiu na frente.

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BOM PARA QUEM OUVE: Gram, Naná Rizinni, Arctic Monkeys
ARTISTA: Planar

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.