Resenhas

Happy Diving – Big World

Primeiro disco da banda mostra nítida e agradável evolução de seu primeiro EP

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Ano: 2014
Selo: Father/Daughter Records
# Faixas: 10
Estilos: Noise Rock, Indie Rock, Rock Alternativo
Duração: 27:13
Nota: 3.5
Produção: Jack Shirley
SoundCloud: https://soundcloud.com/fatherdaughter/happy-diving-space-ooze?in=fatherdaughter/sets/happy-diving-big-world
Itunes: https://itunes.apple.com/us/album/big-world/id919646947?uo=4

Uma música ser pesada depende de uma série de fatores. Contrário à crença popular, não é apenas uma distorção com mais ganho que trás este status a uma composição. Isto é um trabalho que envolve tanto os próprios músicos quanto o engenheiro de som. Entretanto, algo que sempre ajuda quando o assunto é explodir as caixas de som é o volume e, em Big World, dez definitivamente não é o limite máximo. Este não é um disco para se ouvir em volume baixo, portanto, certifique-se de que ao dar play você possua uma caixa de som potente o suficiente para encarar a incrível evolução do trabalho de Happy Diving.

A banda já nos chamou atenção com o bom EP de estreia auto intitulado, mostrando um registro cheio de referências dos anos 90, mas que se mostrava mais como um retrato excessivo de nostalgia do que algo que chamasse atenção por si só. Mas, com um novo disco, vem dimensões e perspectivas maiores e estas auxiliaram Happy Diving a se tornar uma banda maior e mais completa. Desta vez, o registro produzido por ele tem algo a dizer por conta própria.

A singularidade de seu disco vem do que vinha sido estudado no primeiro EP. É uma mistura muito bem realizada de ótimas referências dos anos 90. A estridência de Dinosaur Jr. se mescla à melodiosidade de faixas dos primeiros anos de atividade de Weezer e dão forma a praticamente todas as faixas. Desde a explosiva Space Ooze, passando pela divertida Explorer, até violenta Weird Dream, todas parecem simular o perfeito casamento entre J. Macis e Rivers Cuomo. Mixagens barulhentas podem desagradar ouvidos não tão acostumados com os anos 90, mas ainda assim é um ótimo registro para observar uma nova releitura de uma década tão rica musicalmente quanto a década de 90.

Happy Diving ainda se encontra dentro de sua zona de conforto, mas nos mostra que existe muito o que explorar dentro dela. O que torna o disco singular é como a banda insiste em nos provar a sua influência da respectiva época, recriando a sua forma tanto o peso (característica principal do álbum) com a melodiosidade (atributo que torna o disco mais acessível a ouvintes não tão familiares com esta sonoridade.) A questão é: temos aqui um claro caso de evolução de uma banda firmando sua identidade em meio a tantas outras, e isto sempre é bem recebido pela equipe Monkeybuzz com muito prazer.

Uma releitura moderna de uma década consagrada. Um ótimo momento da banda.

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BOM PARA QUEM OUVE: Dinosaur Jr., Weezer, Yuck
ARTISTA: Happy Diving

Autor:

Produtor, pesquisador musical e entusiasta de um bom lounge chique