Resenhas

Angelo De Augustine – Spirals Of Silence

Melancólico e delicado, Augustine tem uma estreia excelente

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Ano: 2014
Selo: Independente
# Faixas: 11
Estilos: Lo-Fi, Singer-Songwriter
Duração: 33:56
Nota: 4.5
Produção: Angelo de Augustine

Angelo De Augustine nos deixa em uma posição mais delicada do que sua música quando precisamos falar sobre Spirals Of Silence. Se, por um lado, seu som nos remete imediatamente a grandes nomes que habitam um universo próximo ao seu, seja pela voz delicada Elliott Smith, pelo violão de Nick Drake ou pela aura lo-fi de José González, por outro, não parece justo confiná-lo a comparações, uma vez que sua sensibilidade é tão única se manifesta de um jeito tão particular.

A estreia do músico americano de apenas 22 anos realmente impressiona e seu álbum dá conta da promessa que foram suas faixas lançadas com antecendência. Old Hope, You Open to the Idea e How Past Begins não eram excessões e estão muito bem amparadas pelas outras faixas. Sua voz sussurrada que faz uso dos falsetes na medida certa e seu violão dedilhado são capazes de nos transportar imediamente para um estado de espírito contemplativo.

As faixas dão conta de desvendar o espírito de Augustine e mostram que ele compõe com sinceridade. Sua relação com o passado (How Past Begins) e o tema recorrente das relações familiares entre “pai” (Clay Dad) e “mãe” (Married Mother) são típicas de sua idade, que recém ultrapassou os vinte anos. O espírito lo-fi do álbum gravado dentro de seu próprio quarto, digno de entrar para nossa lista de “registros demo”, denota certa introversão (Tucked in at Home), o que, por sua vez, justifica sua melancolia e sua relação com o silêncio (dado o título do álbum).

As onze faixas que somam pouco mais de meia hora compõe uma experiência delicada e emotiva, bastante tranquila, que vai fazer os fãs do gênero “voz e violão” muito felizes. Falo por experiência própria, já está na minha lista de favoritos.

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Autor:

é músico e escreve sobre arte