Resenhas

Dads – I’ll Be the Tornado

Obra recorre aos lugares comuns do Emo para tentar emocionar seu ouvinte

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Ano: 2014
Selo: 6131 Records
# Faixas: 11
Estilos: Emo, Indie Rock
Duração: 46:25
Nota: 2.5

Muito já se falou sobre a tal “volta do Emo” e o falso revival que o estilo passa no momento. O mais importante é saber que, desde o começo dos 2000, nunca se viu tanto movimento na cena, com tantas bandas novas criando sob a tag Emo. Esse, certamente, é um ambiente propício para diversos neófitos aparecerem, como foi o caso de Dads que, no passado lançou o EP, Preety Good. A boa obra contemplava uma mistura energética entre Indie Rock e Emo, podendo agradar tantos os saudosistas do gênero, como os fãs do Indie Rock atual, feito por nomes como Cloud Nothings e Japandroids, por exemplo.

Infelizmente, o álbum lançado em seguida, I’ll Be the Tornado, não acompanha esse legado deixado pelo EP. A obra se perde em faixas lentas que parecem mais preocupadas em seguir a linhagem de bastiões do estilo (American Football, Sunny Day Real Estate e Jimmy Eat World) do que em dar sua própria cara à musicalidade dessas bandas. Mais nostálgico que autoral, o disco se perde em recriações sonoras de um passado não tão distante, deixando muito a desejar em relação que foi feito pelo duo em 2013. Nostálgico também é o lirismo do grupo, que busca nas desventuras de seu passado lenha para queimar, recurso amplamente usado no meio Emo, mas que aqui parece recorrer a frustrações não tão urgentes e angústias não tão graves.

Em onze composições, o grupo parece revisitar lugares comuns dentro do estilo, como a acústica Grand Edge, MI (à la Dashboard Confessional), a twiclecore The Romantic Ocean (seguindo os ensinamentos dos irmãos Kinsella) ou ainda a mais Post-hardcore Sunburnt Jet Wings (lembrando Sunny Day Real Estate em alguns momentos). Não são músicas ruins e estão bem longe disso, na verdade, mas poderiam ser muito mais interessantes caso decidissem caminhar com suas próprias pernas.

Infelizmente, o resultado soa meio genérico e datado (e ainda perde aquela energia vista no EP). Sintoma sentido também em Keep Doing What You’re Doing, da banda You Blew It!, lançado no começo deste ano, assim como em mais algumas obras lançadas neste período. O que prova que nem mesmo o terreno fértil para o aparecimento de boas obras (mesmo que feito por boas bandas) não é único pré-requisito para o surgimento delas. A cena precisa parar de olhar somente para o passado para conseguir se movimentar para frente, largar o saudosismo pelo saudosismo, por mais que esse seja um caminho mais fácil a se seguir.

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ARTISTA: Dads
MARCADORES: Emo, Emo Revival, Indie Rock

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts