Em seu primeiro disco, Abaeté, o quinteto potiguar Fukai investe em um Rock fluído e praieiro, que vai ainda brincar com mais alguns subestilos dentro do macrocosmo roqueiro, mas sem deixar de lado sua cara “à beira mar” – ouça Besouro e isso vai lhe ficar bem claro.
De pés na areia, o grupo cria dez composições amenas, ensolaradas, guiadas por uma leve brisa. São músicas fáceis de se ouvir e de melodias envolventes, que te farão flutuar por quase uma hora. Essas composições geralmente chegam aos cinco minutos, se alongando na parte instrumental e nas jams, mas sem perder de vista a interação com a lírica – cantada em português, inglês e espanhol.
O navegar pelas ondas de Abaeté se dá de forma, quase sempre, calma. O que não quer dizer que não haverá marolas para se surfar, caso de A Estrada, faixa um pouco mais potente e de timbres mais robusto; Ou ainda The Flow e seu clima híbrido entre Surf Rock e Folk Rock. Apesar de diferentes entre si, as faixas do disco seguem um fluxo de coesão interessante e sem criar grandes saltos entre as músicas favorece a imersão do ouvinte na obra.
Dona de uma audição fácil, Abaeté é uma obra com proposta bem honesta, assim como o nome que o batiza – a palavra vem do Tupi-guarani e significa algo como homem verdadeiro, sincero. Um bom disco para se colocar durante uma viagem de carro em que se ruma ao litoral.
