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Quem manja muito de música é quem consegue fazer algo de fato inovador. Ao mesmo tempo, quanto mais um artista é fluente em uma linguagem já estabelecida, ele consegue chegar com mais facilidade em seus objetivos.
Tanlines já provou seu valor musical e o quanto entende do assunto, seja em entrevista, ao vivo e em seu primeiro álbum, Mixed Emotions. Três anos depois desse lançamento, Highlights vem para confirmar a destreza com que o duo compõe e produz faixas dançantes capazes de empolgar até o mais ranzinza dos ouvintes, ainda que não proponha inovações estéticas e, assim, prefira trabalhar tendências que já conhecemos e que já foram reproduzidas em certo excesso por outras bandas. Na sua vez de fazer música, entretanto, a dupla consegue criar algo superior à grande maioria.
É quando você percebe o teor emocional de faixas como Palace que a obra começa a ser explorada com outro ânimo, quer ela toque na balada ou quando você estiver no seu cantinho com fones de ouvido. Ela é o tipo de música que você quer dançar e, ao mesmo tempo, cantar com a alma toda – uma influência muito bem vinda da Dance Music no trabalho do duo.
O que fica em maior evidência esteticamente ainda é as três grandes denominações Indie – a Pop, a Rock e a que não carrega “sobrenome”. É uma junção que ouvimos à exaustão nos últimos tantos anos, mas Tanlines consegue dar um jeito de seu “mais do mesmo” ser melhor que os outros “mesmos” que vemos por aí.
Isso vem também nas faixas que fogem do aspecto dançante-animadão-baladeiro, como Invisible Ways (nostálgica e melancólica, sem deixar a peteca cair no meio da festa), ou em Bad Situations, que pode te ajudar a redefinir seu conceito de cool dentro do Indie, algo que pode ser tão paradoxal quanto algo soar sincero e emocionado sem tirar os óculos escuros, justamente o que essa música faz.
Highlights não deve mudar a vida de ninguém, mas está longe de querer fazer isso. Tanlines caprichou no quesito entretenimento e entrega agora uma obra que prova de vez a que veio.
