Resenhas

Robert Pollard – Faulty Superheroes

Músico retorna à velha forma com álbum coeso

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Ano: 2015
Selo: Fire Records
# Faixas: 12
Estilos: Lo-Fi, Garage Rock, Indie Rock
Duração: 27:23
Nota: 3.5

A produção de Robert Pollard é tão impressionante e prolífica que, quando o músico entrou em um breve hiato no ano passado, quase nos assustou. Com o lançamento de dois álbuns por ano desde 2006 – mesmo com o retorno de seu grande projeto Guided By Voices -, foi apenas o ano de 2014 que viu o trabalho de Pollard cessar. Mas agora, o músico parece retornar a seu velho ritmo com o lançamento de Faulty Superheroes.

Nenhuma surpresa, todavia, no que diz respeito à sonoridade do álbum. Temos aqui o velho Rock Alternativo noventista, cru, distorcido e assertivo (um pouco mais coeso, porém, que seu antecessor Blazing Gentleman), marca registrada do músico e parte de um universo que ele mesmo ajudou a erigir. Pollard parece resgatar em suas influências um novo fôlego criativo e, assim, temos aqui traços mesclados de The Who (ouça Photo Enforced Human Highway), R.E.M., daquele Pink Floyd “Syd Barretiano” e, claro, Television.

Faulty Superheroes, embora não seja um álbum temático, apoia-se nas figuras paternas de nossos ídolos para criticar a sociedade contemporânea. O pai, o líder, Deus e superheróis são figuras “superiores”, ainda assim fadadas à falibilidade. Metáforas de uma crítica levemente ressentida em nome dos “velhos tempos” e a despeito de costumes mais recentes (como os hipsters e seus cafés em Cafe Of Elimination). As conclusões, assim como seus álbuns até agora, não poderiam ser muito diferentes: mais do mesmo de Pollard, e, embora disfarçado de caótico, Faulty Superheroes soa muito consistente.

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BOM PARA QUEM OUVE: Sebadoh, Bob Mould, Guided by Voices

Autor:

é músico e escreve sobre arte