A cantora sueca Robyn prova neste novo EP, Love Is Free, que o importante no Pop é se manter produtiva. Nada de excepcional ou extremamente empolgante pode ser encontrado em seu lançamento em parceria com Christian Falk – que morreu há um ano em decorrência de um câncer – e Markus Jägerstedt, que juntos se apresentaram com o nome La Bagatelle Magique, mas as cinco faixas lançadas conseguem manter o nome da cantora relevante na noite com canções dançantes e contemporâneas.
Love Is Free é feito para as pistas e pede tal clima para que suas faixas possam ser bem apreciadas. As melodias com um ar retrô e as batidas bem marcadas com elementos inseridos de forma menos ordenada – num estilo meio DFA Records – aproximam o trabalho de produções mais cabeçudas da Música Eletrônica, sem jamais se afastar da veia Pop da EDM contemporânea. Lose Control e Set Me Free – as melhores do EP – podem até preencher uma playlist Pop bem animada pra ser ouvida em um dia comum, mas farão muito mais sentido dentro de seu habitat.
Robyn, apesar das faixas pasteurizadas, consegue trazer duas características que a acompanham ao longo de seu trabalho. A primeira é uma qualidade impecável nas letras, simples – afinal, ninguém pretende refletir muito sobre a vida na balada – mas inteligentes, profundas em alguns momentos e sempre muito pegajosas. A outra é sua voz inconfundível. Após mais de duas décadas ouvindo os melhores hits cantados por seu vocal deliciosamente fora dos padrões, não é exagero dizer que nada neste EP teria o mínimo do significado que tem sem a sua interpretação.
A parceria entre Robyn e La Bagatelle Magique cumpre bem sua função festiva, mas é irrelevante fora de seu contexto. Vale a pena se estiver na busca de boas faixas pra tocar na sua próxima festa ou se é bastante fã da cantora, do contrário, vale a pena saber que a cantora continua com um faro interessantíssimo para o Pop deste século e esperar seu próximo trabalho.
