Resenhas

Aldo, The Band – Giant Flea

Com som expansivo e bem humorado, grupo paulistano mostra o potencial de sua farra

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Ano: 2015
Selo: Ganzá/Skol Music
# Faixas: 11
Estilos: Indie Rock, Indie Pop, Indie Eletrônico
Duração: 44'
Nota: 4.0
Produção: André Faria, Murilo Faria

Alguns discos são um convite à festa, outros são ela própria – como o que Aldo, The Band fez em seu Giant Flea. Por entre tantas camadas de som (sintetizadores, guitarras, baixo e o que mais aparecer), o ambiente construído, denso e sempre divertido, deixa claro que a ordem da vez é: Entre e fique à vontade.

É um álbum noturno, hedonista e, melhor de tudo, despretensioso. A leveza do humor que a o grupo sempre mostrou passeia pelas onze faixas, que parecem estar divididas em um lado-A mais carismático e uma segunda metade um pouco mais “fritada”, cada pólo com seus pontos altos e com o alto nível de energia como sua maior característica em comum.

2nd Hand Chest cumpre seu papel de abrir o disco aquecendo os motores com um baixo que extrapola seu papel de coadjuvante e rouba a cena durante quase todo o álbum. Em seguida, Liquid Metal é do tipo que coloca qualquer um, querendo ou não, pra dançar. Um dos grandes destaques do disco, a música revela um dos maiores valores da obra: Cada faixa vem com pelo menos uma surpresinha ali pelo meio, mais pro fim, como se em uma estratégia para arrancar um sorriso extra do ouvinte.

A faixa-título vem na sequência, com cara de algo que será um dos melhores momentos do disco. Back to the Tunnel faz a ponte até o hit Sunday Dust, que esbanja carisma na guitarra desde seu primeiro single e teria que ser algum tipo de “doente do pé” de um século 21 cosmopolita para não cair na pista.

Bluffing, a sexta faixa, divide a obra em duas, o que fica claro quando começa Hostage Song, a única balada de todo o disco. O vocal aparece em outro volume, cantado baixinho perto do microfone, e a música funciona para recuperarmos um pouco do fôlego para seguir no baile até o fim.

Freaking Me Out! surge em seguida levantando o ritmo mais uma vez e entregando aquela ambientação de inspirações múltiplas (meio Disco de antigamente, meio Brooklyn de hoje em dia) e dá vez a Primate, talvez o ponto mais alto de Giant Flea, que consegue reunir o bom humor com uma atitude mais pesada na escolha dos timbres e no arranjo. Novamente, prepare-se para um dos melhores momentos do show.

Antes de acabar, Good Morning, Pumpkin recupera um pouco do clima das músicas anteriores (e acaba um pouco perdida ali no fim do álbum) para depois voltarmos para um clima um pouco mais pesado na derradeira We Can All, que se vira para fazer um encerramento que dê conta de compilar tudo o que foi ouvido até agora.

Giant Flea mostra que Aldo, The Band sabe atingir seus objetivos de fazer um som que, por mais despretencioso que seja, traz um grande capricho nos menores detalhes. Dá pra sentir que o vocal conhece suas limitações e que, por outro lado, o grupo entende que os horizontes são infindáveis na hora das inspirações para fazer dançar. Assim que é bom.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.