Resenhas

Youth Lagoon – Savage HIlls Ballroom

Obra emotiva sabe construir empatia no ouvinte em belas músicas de interpretação sincera

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Ano: 2015
Selo: Fat Possum Records
# Faixas: 10
Estilos: Indie Pop, Art Pop, Dream Pop
Duração: 36'
Nota: 3.5
Produção: Trevor Powers e Ali Chant
SoundCloud: /tracks/222355495

É interessante notar como a sinceridade e a liberdade caminham juntas, ao menos na música, o que faz com que as obras mais honestas, mais pessoais, sejam justamente aquelas que não se preocupam com os objetivismos das palavras prontas para ouvidos muito acostumados.

Savage Hills Ballroom é “uma coleção de dez músicas de Youth Lagoon”, como sua capa anuncia, de um aspecto intimista quase frágil – o que combina muito bem com a voz de Trevor Powers – e uma aura sensível por meio aos tantos timbres na ambientação onírica construída.

Isso pode talvez ter a ver com o fato do álbum ter sido produzido em Bristol, do outro lado do oceano do continente norte-americano onde Powers cresceu (no interiorano estado Idaho). Não há zona de conforto ou apoio das pessoas de sempre, o que ajudou na hora de colocar a mão no coração e cantar sobre seus erros e inseguranças – aparentemente, temas centrais da obra.

A audição é fácil, entretanto, por mais “linhas tortas” que o disco traga. A sequência inicial de músicas flui muito bem e apresenta a proposta à medida que o ouvinte acostuma-se também com o vocal do músico e nota não só a beleza que a voz tem sozinha, mas principalmente como tudo está bem amarrado para ela passar sua mensagem ao lado do instrumental.

A sensibilidade com a qual a obra foi feita parece também ser a melhor ferramenta para ouvi-lo. Deixe as análises de lado na primeira audição e aproveite a jornada emocional de Youth Lagoon por dez faixas que ousam ser livres, ousam ser belas e ousam ser sinceras. Não é sempre que encontramos uma proposta dessas, e mais raro ainda é dar tão certo assim.

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BOM PARA QUEM OUVE: Kins, Astronauts, etc., Toro y Moi
ARTISTA: Youth Lagoon
MARCADORES: Ouça

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.