Resenhas

Dry the River – Hooves of Doubt

EP de sobras de estúdio encerra curta discografia da banda inglesa, separada recentemente

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Ano: 2015
Selo: Transgressive
# Faixas: 5
Estilos: Indie Folk, Indie Rock, Folk Rock
Duração: 18'
Nota: 3.0

Hooves of Doubt não é um EP feito com sobras de estúdio qualquer, já que o lançamento marca nada mais do que o fim das atividades de Dry the River como banda. Só essa informação já passa um verniz nostálgico-sentimental por cima das cinco músicas que compõem a obra, de forma com que o ouvinte forçado a se despedir do grupo já tenha de imediato uma relação emocional com elas.

Uma audição mais fria, porém, nos relembra que não foi à toa que as composições ficaram de fora do belo Alarms in the Heart (2014), já que elas ou possuem qualidade inferior às do disco, ou não comunicam muito. Sua faixa-título é a mais fraca de todas, de uma fofura morna, e surge logo após uma abertura (com Coast) que falha em empolgar, ainda que tenha sua beleza (vinda principalmente da interpretação vocal).

Daí para frente, porém, o disco acerta ao colocar músicas que reúnam algumas de suas melhores características – o que é ainda melhor apreciado quando aliado à nostalgia já mencionada. New Cross possui uma energia que lembra muito as canções de seu último álbum (no qual ela seria repetitiva se incluída), Five Four traz o momento mais roqueiro do EP, com aquela quebra de ritmo no refrão que a banda faz tão bem, e Husk fecha o lançamento naquele clima melancólico-coração-na-mão que fica ainda mais simbólico ao fechar a porta de sua discografia.

Dry the River foi um grupo de fãs, ainda que nem tantos, muito envolvidos com seu som e um público conquistado principalmente pelo fator emocional de suas composições. Hooves of Doubt vem como um bônus, ou um prêmio de consolação, para uma banda que poderia muito bem ter apenas encerrado sua jornada no silêncio. Melhor ainda é poder ouvir essas músicas, mesmo que as duas primeiras sejam um tanto descartáveis, e relembrar o porquê do envolvimento afetivo com sua obra.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.