Resenhas

Lê Almeida – Todas as Brisas

Maturidade do músico produz disco mais acessível sem deixar para trás sua identidade

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Ano: 2016
Selo: Deck
# Faixas: 10
Estilos: Rock Alternativo, Lo-fi, Psicodelia
Duração: 46'
Nota: 4.0
Produção: Lê Almeida

Todas as Brisas pode ser o disco que Lê Almeida verá como seu passaporte para fora de uma bolha (na qual ele já é consagrado) de um Rock Alternativo DIY e Lo-fi e entrará para os favoritos de um público que acompanha bandas de maior projeção pelo país, como Boogarins e O Terno – isso sem que ele tenha deixado para trás estilos, estéticas e pretensões de antes.

Com distribuição da também carioca Deck, o álbum chega todo executado pelo próprio músico em seu QG de sempre, o estúdio Escritório, e o mesmo clima despojado de seus três discos anteriores, porém sob uma notável maturidade. É possível perceber que está mais seguro de algumas de suas decisões, chegando por caminhos mais diretos e eficazes aos objetivos, seja em um verso, em uma canção ou no disco como um todo.

O produto disso é uma coleção de faixas todas no mesmo espírito brisante, baseado na guitarra e na vontade de fazer boa música. Um certo senso de humor aparece até mesmo na dinâmica entre as músicas, sendo que três delas têm mais de sete minutos de duração (a última, Praia Alta, chega aos onze minutos e meio), enquanto quatro outras duram menos de três.

É nesse equilíbrio, unido à alta agrabilidade das melodias e frases de guitarras (Aflorado é o melhor exemplo) que nasce uma perspectiva Pop que os trabalhos dentro desse universo nem sempre possuem organicamente. Todas as Brisas vem, portanto, como uma satisfação para seu público de sempre e também como oportunidade para que ele divida um Lê Almeida mais maduro com um número (ainda que só um pouco) maior de pessoas.

(Todas as Brisas em uma música: Todas as Brisas)

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BOM PARA QUEM OUVE: Bilhão, Boogarins, O Terno
ARTISTA: Lê Almeida
MARCADORES: Ouça

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.