Resenhas

Beach Fossils – Somersault

Grupo desbrava terrenos mais ensolarados em sua terceira obra

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Ano: 2017
Selo: Bayonet Records
# Faixas: 11
Estilos: Indie Rock, Jungle Pop e Soft Pop
Duração: 34"
Nota: 3.0

Beach Fossils teve sua estreia (com um álbum homônimo) em 2010 e, com seu sucesso, foi responsável por trazer em seu rastro uma série de outras bandas de uma nova safra do Jangle Pop, uma recriação moderna do som típico dos anos 60, porém com agora com um tom Lo-Fi, híbrido do Indie Rock e cheio de reverb. Nomes como DIIV, Real Estate e Wild Nothing são contemporâneos e surfaram esta mesma onda no começo da década.

Clash The Truth, lançado em 2013, veio para mudar um pouco a sonoridade do grupo e trazer um tom mais urgente e próximo ao Post-Punk. Ainda que mantendo a mesma linha Lo-Fi cheia de reverb de sua estreia, o disco trouxe novos ares para banda e uma energia que pouco apareceu em 2010 – talvez por conta de uma produção mais refinada, talvez por não seguir a risca os “mandamentos” do estilo que ajudou a criar.

Por sua vez, Somersault segue em um caminho bem diferente, ainda que o clima “Beach Fossils” continue intacto. Esse é um disco completamente diferente de seu antecessor em tom e sonoridade, mas continua com a marca registrada da banda, que tem o Jungle Pop e Indie Rock como ponto de partida. O caminho a se chegar a partir daí, porém, é completamente diferente – e rende aos velhos fãs boas surpresas durante a audição.

Se Clash The Truth tinha como guia o Post-Punk, este novo disco tem o Soft Pop como ponto de chegada, ocasionalmente esbarrando no Pop Psicodélico e no Pop Barroco. Tudo isso para dizer que o tom obscuro de outrora deu lugar a cores mais leves e ensolaradas, bem como a uma produção ainda mais detalhada. Não à toa, a aparição de pianos, violinos e flauta, tem como objetivo criar uma sensação mais vibrante e vivida.

Isso fica claro já com a abertura, This Year, que mistura timbres acústicos à velha sonoridade do grupo, trazendo ainda elementos novos, como os violinos. Em Saint Ivy isso fica escancarado, quase como uma versão (sem tanta inspiração) de The Beach Boys, quando a banda traz um solo de flauta ou de guitarra acompanhada de violinos. O grupo ainda leva além seu sonoridade e explora elementos mais sensuais do Jazz no interlúdio Rise, trazendo um saxofone e um vocal grave falado.

Sem dúvida esse é o disco mais bem produzido do grupo, com composições mais bem arranjadas, mais coerente e coeso dentro de uma proposta. Não seria exagero nenhum dizer também que este é seu disco mais maduro, assim como o mais simpático – e entendam como simpático aquilo que agrada, mas que não deixa marcas profundas.

(Somersault em uma faixa: Saint Ivy)

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BOM PARA QUEM OUVE: DIIV, Wild Nothing, Real Estate
ARTISTA: Beach Fossils

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts