Seinabo Sey, cantora de ascendência gambiano-sueca, escolheu um campo difícil para jogar. Com melodias pegajosas, ar ensolarado e vocal emocionado, I’m a Dream, o segundo álbum da artista, aposta no Pop Alternativo que flerta com o R&B como cartão de visita. Como sabemos, um lugar concorrido e ocupado por nomes gigantescos da música hoje como Beyoncé. Por isso, se por um lado a impressão inicial que o trabalho desperta é aquela familiaridade a respeito de algo que já conhecemos antes, de outro ele convence, já temos a impressão de ouvir uma artista jogando honestamente com o Pop, experimentando com competência esse território que parecia já hiperexplorado.
I’m A Dream divide entre batidas envelopadas, melodias noturnas e um ar libertário e ensolarado. Solange, Pharrell e Lianne La Havas são alguns referênciais que vão ajudar você a entender o tipo de música que Sey se propõe a fazer por aqui: coisa acessível, feita para envolver rapidamente e, quem sabe, até melhorar o seu humor de relance. Letras de coração partido e empoderamento avançam sem dar muitos detalhes nem sublinhar demais os contornos da música feita pela artista.
De certa maneira, I’m A Dream segue um caminho de evolução linear em relação a seu antecessor Pretend, ainda em busca de uma personalidade mais forte, mas provando que é capaz de reservar seu lugar no mainstream, segurando a onda de uma grande base fãs em potencial sem grandes esforços. Por enquanto, o álbum, mesmo que proponha uma experiência completa, se encerra em apenas meia hora de duração e soa como o prelúdio de algo sensacional ainda por vir. Vale ficar de olho.
(I’m A Dream em uma música: Never Get Used To)