Já faz alguns anos que Skrillex tem um lugar de destaque no vasto cenário da Música Eletrônica. Muito longe de ser uma unanimidade, o produtor gerou, nos últimos anos, muitas discussões sobre Dubstep, Brostep e até mesmo sobre a validade ou hype de sua música.
Deixando de lado essa velha discussão e olhando para o presente, podemos ver em seu mais recente lançamento, o EP Leaving, que Sonny continua fazendo basicamente o que lhe trouxe toda a fama que tem hoje. Ainda assim, parece haver nesta obra uma busca por experimentar sonoridades e se aprofundar nas raízes do Dubstep e do próprio Dub.
Abrindo o EP, The Reason mostra um bom encontro entre batidas aceleradas e sintetizadores distorcidos que, em seu decorrer, criam uma atmosfera crescente e sufocante que se dissipa ao fim da música. Arpejos de sintetizadores e um baixo potente ajudam a amenizar essa transição que ocorre quase ao fim da faixa.
Scary Bolly Dub já circulava na Internet há algum tempo, mas essa é a primeira vez que ela aparece oficialmente. Composta por um crossover de duas faixas lançadas anteriormente, Scary Monsters and Nice Sprites e Fucking Die 1 (ambas de 2010), a música brinca com o Dub, desacelerando o ritmo das batidas e brincando livremente com as melodias. Como já é de costume em grande parte da produção de Skrillex, o Wobble Bass domina grande parte da faixa.
A maior surpresa do EP fica por conta da faixa que recebe seu nome. Leaving se aproxima do que muita gente considera o Dubstep de “verdade”, se construindo de forma mais sutil, com batidas mais calmas, texturas e colagens mais brandas e um vocal feminino recortado e colado constantemente durante toda a música.
Mais do que uma busca às raízes do estilo onde se inspira, esse parece ser um recado de Sonny para quem diz que o som que ele faz não se encaixa dentro do gênero. Ainda assim, a obra não se destaca em meio a tantas outras do estilo e, se Skrillex decidir seguir por esse caminho em seus próximos lançamentos, pode ser que perca sua singularidade.