Resenhas

Phosphorescent – Muchacho

Matthew Houck teve em seu sexto álbum o trabalho de orquestrar diversos timbres de uma maneira com que todos parecessem fluir livremente pelas músicas

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Ano: 2013
Selo: Dead Oceans
# Faixas: 10
Estilos: Indie Folk, Country Alternativo, Folk
Duração: 46:25
Nota: 3.5
Produção: Matthew Houck
SoundCloud: /tracks/71082732
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fus%2Falbum%2Fmuchacho%2Fid5991161

Para seu sexto álbum, o músico Matthew Houck – mais conhecido como Phosphorescent -, fez uma obra emocional, coesa e bastante agradável.

Muchacho traz oito músicas entre um prelúdio e respectivo poslúdio, Sun, Arise! (An Invocation, An Introduction) e Sun’s Arising (A Koan, An Exit), respectivamente. Elas são essencialmente a mesma composição, mas a segunda traz os vocais em um primeiro plano. Isso deixa evidente o aspecto mais humano a todo o disco. É aquele tipo de música Folk que versa sobre questões pessoais que todos conseguem se identificar em algum nível e que convida um ouvinte a um envolvimento emocional na audição.

São poesias sensíveis, como mostra o single Song for Zula, também primeira música (propriamente dita) do álbum. Contudo, se ela apresenta o teor lírico que veremos no restante do material, musicalmente ela se difere das outras, o que pode causar certa confusão com quem entrar no universo de Muchacho por esta porta.

Enquanto ela traz uma ambientação quase etérea com a percussão distante e abafada e os instrumentos mais comportados, as outras tem uma pegada muito mais orgânica com os timbres se atropelando e disputando espaço com as vozes. Mas nada é bagunçado, pelo contrário, a orquestração que Houck conferiu à obra é digna de destaque.

De qualquer forma, a sensação que fica é a de que músicas como as baladas Terror in the Canyons (uma das mais Country, com aquelas guitarras características do gênero) e A New Anhedonia foram mesmo gravadas “ao vivo” em um ambiente com eco. Como se os músicos tivessem se reunido na sala de alguém e aberto seus corações para as músicas que compõem o álbum.

Delas todas, The Quotidian Beasts se destaca como a mais bonita. Os muitos timbres fluem livremente por uma densa camada emotiva e é difícil não se deixar levar logo ao primeiro contato. A canção seguinte e nona faixa do disco, Down to Go, tem um delicioso clima “fim de noite” que cai muito bem na hora do encerramento.

Seja com a dylanesca faixa-título ou com a energia de Ride On/Right On, Muchacho mostra-se como um daqueles lançamentos que merecem ser degustados por um tempo, como em uma viagem ou em um passeio de bicicleta no fim de semana. A partir do momento que cada um dos detalhes encontrar seu lugar em sua audição, é aí que você começa a se relacionar com as músicas de fato.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.