Resenhas

Druques – Nuvem Negra

Misturando Indie Rock com sintetizadores, banda paulista tem no segundo disco o primeiro contato com o grande público.

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Ano: 2013
Selo: Independente
# Faixas: 13
Estilos: Indie Rock, Rock Nacional
Duração: 42:46
Nota: 3.0

Após cinco anos desde o lançamento de I, o quinteto paulista Druques retorna com Nuvem Negra , seu segundo disco. Com 13 faixas, o álbum carrega em si um pouco de Indie Rock mais denso, algumas vezes obscuro, com pinceladas de sintetizadores, um certo lirismo e um instrumental mais Pop.

Chegando agora aos ouvidos da maioria, o primeiro arregalar de olhos dos ouvintes será, muito provavelmente, com a similaridade do vocal de Zé Pi com o de Julian Casablancas. Não que Pi tenha a voz igual, porém ela se assemelha principalmente no modo de cantar, principalmente nos gritos meio blasés típicos do vocalista do The Strokes. A comparação com a banda de Casablancas não fica por aí. Notamos algumas semelhanças com eles na parte instrumental, principalmente com a presença de escalas de guitarra muito similares as de Nick Valensi (como em Não Assim), a bateria com os chimabais mascados de Fabrizio (como na música título) e, até mesmo, com os sintetizadores de Angles como podem ser ouvidos em Não Bato Muito Bem. Tais semelhanças podem muito bem ser positivas à banda brasileira pois servem como atrativo para o público que querem atingir e que, fatalmente, é fã da banda americana.

Mesmo as músicas que num primeiro momento chegam mais pesadas, como é o caso de A Fuga e Incomodar, logo caem para o lado Pop e se “adequam”, por assim dizer, ao estilo principal da banda: mesmo que em meio a um baixo distorcido, sintetizadores e programações, respectivamente. Isso se deve principalmente ao vocal com letras que levam automaticamente a esse estilo, como por exemplo, quando se canta sobre relacionamentos e o cotidiano (“Não ligue se eu entrar na sua vida pra me machucar/ Te incomodar/ Não é fácil esquecer o que senti por você/ Mas vou tentar.”), assim como também em diminuições de um tom mais raivoso, como no caso de Tempo Inimigo – que se mostra a mais energética e intensa do disco.

O disco ainda conta com a participação de dois Novos Paulistas, Tatá Aeroplano na faixa Estado Terminal, e Tulipa Ruiz, sendo ambas mais levadas para o lado brando com presença de xilofones sintetizados e vocais doces na primeira, e com o doce vocal da cantora na segunda. Entretanto, ambas possuem adição de batidas sintetizadas e alguns crescimentos para marcar o estilo da banda.

Nuvem Negra não chega como uma salvação do Rock Nacional ou alguma pérola do estilo. Todavia, atua como uma opção para quem procura um Indie Rock mais apegado ao “tradicional” estilo do começo dos anos 2000, e que também mistura vez ou outra elementos mais obscuros e pesados, ao mesmo tempo que traz faixas mais calmas e participações de bons nome da cena brasileira. Um bom disco de apresentação para o público que ainda não conhecia a banda.

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BOM PARA QUEM OUVE: Moptop, Pública, The Strokes
ARTISTA: Druques
MARCADORES: Indie Rock

Autor:

Marketeiro, baixista, e sempre ouvindo música. Precisa comer toneladas de arroz com feijão para chegar a ser um Thunderbird (mas faz o que pode).