Resenhas

Tango In The Attic – Crushed Up

EP traz novidades sem trazer muita inovação ao som do quarteto escocês que havia atingindo certo buzz com seu mais recente disco, “Sellotape”

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Ano: 2013
Selo: Domicile Crocodile
# Faixas: 4
Estilos: Indie Rock, Rock Psicodélico, Lo-Fi
Duração: 17:50
Nota: 3.0
SoundCloud: /tracks/82771859
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fcrushed-up-ep%2Fid64

Mais importante que emplacar um bom disco é manter esse buzz alcançado com ele e dar continuidade ao trabalho, que por algum motivo tenha chamado a atenção de tanta gente. Sem grandes novidades em relação ao seu segundo álbum, Sellotape (a não ser talvez o teor um pouco menos Pop), o quarteto escocês Tango In The Attic mantém a mesma proposta experimental mezzo roqueira mezzo Pop em seu novo EP, Crushed Up.

Com apenas quatro faixas, a obra se inicia quase da mesma forma que Sellotape terminou, e não à toa é a faixa homônima a esse álbum que o abre. Brincando com as diversas tonalidades de guitarra, camadas do sintetizador, o vocal blasé de Daniel Craig e com as batidas descompassadas de Paul Johnson, a faixa inverte sua polaridade o tempo todo e busca uma boa dinâmica entre momentos mais calmos e outros mais pesados. A explosão ao fim da canção ganha a primeira aparição de peso do baixo – que curiosamente se mantém tímido em grande parte do EP.

Easybones vem na sequência quebrando essa sensação de “mesmice”, mas prolongando a de continuidade de um trabalho. A experimentação Pop do quarteto é mais uma vez envolta por camadas de sujeira – que contrastam com as sutilezas dos teclados e em algumas construções dos sintetizadores – e muitos efeitos deixam a proposta Lo-Fi da banda ainda mais patentes. Ainda assim, as melodias e as linhas de guitarra dão um toque Pop à faixa e a tornam altamente assimilável, mesmo com a “confusão” sonora.

Da mesma forma Pillowcasese apresenta “borrada” e cheia de elementos, mas que ainda assim mantém sua coesão dentro da proposta Lo-Fi da banda. Nesta em especial, a bateria assume um papel essencial e conduz a faixa em poliritmos – que se juntam também a bela condução do baixo. Seu único problema é deixar as batidas altas demais em relação ao restante e fazer com os vocais e guitarras percam um pouco de sua força.

A ambiciosa Crush fecha a pequena obra se alongando por mais de sete minutos, porém criando um dos momentos mais atmosféricos (para não dizer psicodélico) e bem construídos de todo o álbum. Cheio de momentos variados, ela se mantém coesa, mesmo parecendo resultar de duas ou três faixas com o mesmo propósito sonoro combinadas em uma só.

Ainda que sem grandes novidades, a banda dá pistas de incluir novas sonoridades à sua já consistente amálgama. Ainda que algumas falhas na produção possam ser observadas em Crush Up, principalmente na disposição dos elementos e no demasiado efeito Lo-Fi, elas são compensadas pela inventividade do quarteto ao unir tendências do Indie Rock, Rock Psicodélico e Indie Pop em sua mistura idiossincrática e de certa forma única.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts