Resenhas

Os Amantes Invisíveis – Novo

Depois de quatro anos de espera, o novo EP do trio se mostra muito mais maduro que o anterior, seja na produção ou na execução

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Ano: 2013
Selo: Um Distante Maestro
# Faixas: 5
Estilos: Indie Rock, Indie Pop
Duração: 17:02
Nota: 3.5
SoundCloud: /tracks/97743588

Quatro anos separam os dois EPs d’Os Amantes Invisíveis. Banda que se na época de seu primeiro lançamento, quando Marina Ribeiro (baixo e voz) e Alexis Gotsis (guitarra) ainda residiam em Londres, buscava uma boa dose de brasileirismo em sua música. Curiosamente, agora que a dupla voltou à sua terra-natal parece argumentar com nossa musicalidade de forma mais branda, sem que haja referências tão diretas quanto em sua obra homônima.

Esse período de espera entre os lançamentos se mostrou intenso para duo, recém-transformado em trio, que até já chegou a ter em seus shows oito músicos no palco. Achando uma formação mais consistente, com Clayton Vilaça assumindo mais uma guitarra, a banda investe do que chamou Indie Rock Tropical, ritmo que explora muito bem através de um instrumental caprichado e boas letras cantadas pelo doce vocal de Marina. Como o nome desta obra sugere, em Novo o grupo apresenta outro conceito e consequentemente uma nova abordagem às suas antigas referências.

De California pra Saudade faz as honras e apresenta essas mudanças ao ouvinte. A faixa cria um belo misto entre violinos, guitarras cheias de reverberações e drive e um glockenspiel (uma espécie de xilofone). Mistura que exala grande doçura e que acompanhara grande parte dos próximos 17 minutos. Edileuza brinca com um ritmo mais acentuado, mas ainda assim continua com a leveza apresentada na primeira faixa. A esse ponto, comparações com bandas como Ludov e Luisa Mandou um Beijo são quase inevitáveis.

Na sequência Veste de Preto recupera as referências o Indie Rock, porém se mantendo neste mesmo clima ameno e sonhador. Mais uma vez o flerte entre os violinos e as guitarras faz da faixa sonoramente muito bonita, o que parece deixar à lírica ainda mais envolvente. Quase chegando ao fim do curto EP, Parece Baião é uma das faixas mais inusitadas de toda a carreira do agora trio. Se os violinos se faziam presentes timidamente nas outras canções, aqui são eles quem comandam, juntamente à bateria quase marcial que tenta emular o ritmo brasileiro que nomeia a música.

Até o Fim encerra o ótimo EP sem distanciar muito do que foi apresentado, mas ainda assim trazendo novidades – emulando a simplicidade do Folk Rock de bandas como Lumineers ou Little Green Cars. No geral, Novo exercita bem as velhas referências e agrega mais algumas em cinco faixas que se destacam pela boa produção, instrumentação, letras e por ter cada uma, personalidades distintas. Ainda assim há um grande problema nele: ser curto demais.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts