Resenhas

Nine Inch Nails – Hesitation Marks

Trent Reznor encara a pressão de voltar à ativa e entrega álbum sólido que deve gerar as respostas já esperadas, para o bem ou para o mal

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Ano: 2013
Selo: Columbia/The Null Corporation
# Faixas: 14
Estilos: Rock Alternativo, Eletrônica, Rock Eletrônico
Duração: 61:50
Nota: 3.5
Produção: Trent Reznor

O lado mais legal de Hesitation Marks é uma cara que ele tem de quem sabe o que faz e não está tentando provar nada pra ninguém. Em tempo: Trata-se de um dos discos mais aguardados do ano, o primeiro que Nine Inch Nails lança desde 2008, totalizando oito álbuns em sua carreira, e o primeiro com Trent Reznor com um Oscar no currículo. Esses fatos podem não comunicar muito para algumas pessoas, mas os leitores que acompanham esportes vão entender o fator a que merefiro: Pressão.

Independente de gostar ou não do trabalho da banda, não tem como deixá-la de fora de um hall de grandes nomes do Rock Alternativo, seja por seu legado ou por sua popularidade. E é por isso que qualquer lançamento de Reznor e sua equipe é ver o time entrando em estádio lotado em final de Copa do Mundo – cada gol e cada falta conta muito aos gritos imediatos das torcidas, de quem torce a favor e de quem tá torcendo é pra tudo dar errado.

Qualquer veterano pode tremer na base nessas circunstâncias. Tem aqueles que, com todos os holofotes em cima de si, tentam surpreender (como The Strokes fez recentemente) ou os que baixam a bola da pretensão e investem em um terreno tão seguro quanto agradável (caso de Franz Ferdinand, por exemplo). Uma outra alternativa é confiar plenamente no trabalho que você tem em mãos e deixar as vaias de lado propositalmente. É entrar em campo sabendo que treinou e fazer o seu melhor, mesmo sabendo que está sendo transmitido para milhões de pessoas ao redor do mundo.

Em Hesitation Marks, sinto essa escolha bem forte do início ao fim. Vai ter quem reclame sem muitos motivos e aqueles que idolatram com menos razão ainda, daí a banda tratou foi de trazer um material sólido, que sabe variar bastante sem perder a mesma linha, o que é sempre uma boa pra conferir identidade a um disco.

É fácil reconhecer quais são os hits da obra, com Copy of A e Came Back Haunted aparecendo estrategicamente logo no início, mas várias outras são candidatas a favoritas do público, como Disappointed, Satellite, All Time Low e Find My Way, só pra citar algumas. Não por elas serem óbvias ou forçarem a barra pra agradar, mas justamente por reunirem boas características da banda e seu público de sempre vai curtir encontrá-las aqui.

Quais são elas? É a postura de ser inventivo sem deixar de lado o que é mais legal na música (grandes e explosivos refrões, instrumentos e efeitos bacanas que chegam quando você menos espera e um vocal marcante). Haters gonna hate, hipsters dirão que é coxinha e fãs amarão cegamente (e irritantemente). Quem não se enquadra em nenhuma categoria fica felizmente com a sensação de que a banda cumpriu seu dever. Não se trata de uma goleada, porém é um resultado bem melhor que um empate. Ouça e comprove.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.