Em junho de 2013, tivemos de uma só vez lançamentos de Camera Obscura, The Pastels e Saturday Looks Good to Me, para vermos em agosto um lançamento da banda Belle & Sebastian, a mais popular das bandas de “fofura dark”. Então, é interessante ver como Blouse aparece como a ovelha negra da família ao lançar um disco que poderia fazer parte dessa temporada, ao mesmo tempo que apresenta naturalmente muitas diferenças dos outros – principalmente por ser mais “dark” do que “fofo”.
Imperium é um álbum fácil de ouvir e que logo nos conquista com um certo mal humor meio blasé muito charmoso. Os instrumentos muitas vezes encobrem o vocal cheio de efeitos em uma tensão provocativa, como uma adolescente que apela para um visual fora do comum para chamar a atenção, mas carrega seu coração romântico para fora da roupa.
E o trabalho do trio foi caminhar justamente para um lado mais orgânico e presumidamente menos cheio de pose, ao trocar os instrumentos eletrônicos por timbres reproduzidos ao vivo neste que é seu segundo trabalho. Ainda assim, a maior parte das músicas parecem pouco espontâneas e fica a impressão de uma maquiagem muito carregada.
Não que a carismática A 1000 Years não faça qualquer um sorrir apaixonado, mas falta alguma alma mais sincera nas composições. Elas são bacanas, todas muito bem feitas e com vários elementos nos lugares mais certos possíveis, mas Imperium ainda é um disco frio que nem sempre consegue convidar o ouvinte para uma aproximação, um envolvimento maior.
Funciona muito bem para quem teve uma overdose de fofura com os discos das bandas que citei acima e precisa limpar o paladar com algo menos doce sem se desaproximar tanto do estilo que ouvia. Como um irmão caçula que tenta aparecer a qualquer custo, Blouse fez um trabalho com músicas bonitinhas e uma amargura engraçadinha, mas sem grandes impactos.