Resenhas

Lorde – Pure Heroine

Jovem neozelandesa de apenas 16 anos esbanja sobriedade e maturidade em seu primeiro álbum, que já bate recordes e se encontra no topo das paradas

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Ano: 2013
Selo: Universal Music
# Faixas: 10
Estilos: Indie Pop, Pop Alternativo
Duração: 37:12
Nota: 4.0
Produção: Joel Little
SoundCloud: /tracks/68377502
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fpure-heroine%2Fid686

Para quem reclamava que a música Pop andava sem alma, conteúdo e sem o menor talento, a jovem neozelandesa Ella Yelich-O’Connor, mais conhecida como Lorde, está aí para mudar um pouco a cabeça dessas pessoas. Com apenas 16 anos, a filha da poetisa Sonja Yelich exercita em suas letras o que aprendeu com a mãe e faz de sua lírica um dos pontos mais fortes de sua música, abordando temas muitas vezes condizentes com sua idade (como medo de mudanças, de envelhecer e desta fama recém-alcançada, bem como se divertir com os amigos), porém o faz de forma madura.

Se a garota já demonstrava grande potencial em um EP de cinco faixas,The Love Club, lançado no ano passado, com seu primeiro álbum, Pure Heroine, ela deixa bem claro já passou da fase de ser considerada uma aposta e que veio para brigar de frente com os grandes nomes do estilo por seu espaço, porém o faz de maneira esperta e genuína, trazendo de volta adjetivos que estavam em falta na música Pop há tempos. O sucesso dos singles Royals e Tennis Court prova isso, assim com a vendagem deste álbum que já se encontra no topo das paradas – e hoje em dia qual seria o melhor critério para definir o que é popular ou não se não as paradas?

Evocando muita simplicidade em suas batidas e trazendo alguns timbres de bandas Massive Atack e The xx à sua música, Lorde ainda traz algumas tendências da Música Eletrônica e pitadas do Hip Hop (rendendo na época de seu primeiro EP comparações com Lana Del Rey), em músicas que se tornam dinâmicas e que conseguem amalgamar tudo isto sob uma perspectiva bem Pop – algo realmente cativante. Quem está por traz destas batidas é Joel Little, músico e produtor que se juntou a jovem para criar ótimo fundo musical para Ella soltar sua voz.

O resultado dessa parceria se vê nas dez faixas hipnóticas criadas pelo duo. Com um álbum fluído e com poucos erros, Ella se garante em diversos terrenos, seja os mais levados ao Hip Hop (nas pegajosas Tennis Court, 400 Lux e Royals), Synthpop (Ribs e Glory and Gore), Indie Pop (Buzzcut Season, Team e White Teeth Teens) ou Trip Hop (Still Sane e A World Alone) e o faz sempre mantendo uma boa dinâmica nas batidas, ótima apresentação dos sintetizadores e um groove que às vezes aparece bem discreto, às vezes como peça principal, mas que sempre está presente. No geral suas músicas são relativamente simples e talvez seu maior erro seja não investir na grandiosidade Pop ambicionada em tantas outras obras bem sucedidas (em vendas, mas não necessariamente em qualidade) por aí.

Ainda assim, Ella se explica nesta escolha mostrando outro ponto importante em sua música: sua visão pé no chão sobre a Música Pop. Se outros artistas apostam da glamorização da vida de um popstar, Lorde (apesar do nome) diz coisas como “We live in cities you’ll never see on screen, not very pretty but we sure know how to run things” (Team) ou “We’ll never be royals, it don’t run in our blood, that kind of luxe just ain’t for us, we crave a different kind of buzz” (Royals) em suas faixas, provando que sua escolha não se baseia puramente na estética.

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BOM PARA QUEM OUVE: Sky Ferreira, Lykke Li, Lana Del Rey
ARTISTA: Lorde

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts