Resenhas

A Banda Mais Bonita Da Cidade – O Mais Feliz Da Vida

Segundo álbum do coletivo curitibano supera erros do “debut” e encaixa uma série de acertos, se tornando um sucessor realmente à altura do potencial de seus integrantes

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Ano: 2013
Selo: Independente
# Faixas: 11
Estilos: MPB, Indie Pop
Duração: 43:43
Nota: 4.0
Produção: Vinicius Nisi
SoundCloud: /tracks/113308733
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fo-mais-feliz-da-vida

Se em seu álbum homônimo de estreia, lançado há dois anos, A Banda Mais Bonita Da Cidade dava seus primeiros passos dentro do estúdio e o fazia sob a pressa de não perder o timing do viral alcançado com o single Oração, em O Mais Feliz Da Vida o grupo curitibano toma seu tempo e produz com calma um disco bem amarrado e muito bem arquitetado, um belo exemplar de uma obra Pop pensada de fato como uma obra e não simplesmente como um compilado de músicas soltas.

Exprimindo um conceito palpável ao ouvinte, o disco é um grande avanço para o coletivo, seja em méritos de produção, lírico ou de interpretação (e a vocalista Uyara Torrente dá um show neste último quesito). Seguindo um rumo bem traçado desde a abertura com a faixa-título até a derradeira canção Reza Para Um Querubim, este disco deve afastar quaisquer críticas que persistiam desde o lançamento do debut em 2011. Como um todo a banda está mais madura, mas isso se torna visível principalmente nas temática abordadas. Por mais que temas amorosos ainda componham o grosso do álbum, há outros como mortalidade (Um Cão sem Asas) e redenção (Reza para um Querubim), além de maior intimidade ao dizer o que já foi falado anteriormente.

Ecoando em alguns momentos tons do instrumental de Volcano Choir (O Mais Feliz Da Vida ou Potinhos) e em outros do Folk aventureiro do Little Green Cars (Que Isso Fique Entre Nós (faixa que dá nome ao mais recente álbum de Pélico)), as faixas deste disco se apresentam bem distintas e ao mesmo tempo cheias de características em comum, todo isso possibilitado pela ótima produção do álbum, feita pelo tecladista Vinicius Nisi. O resultado contraia o nome da obra e é altamente melancólico, culminando em faixas como a existencialista Uma Atriz ou com a bela poesia musicada de Nuno Ramos em Olhos da Cara.

Esse me parece um disco mais sóbrio, melhor construído e cuidadosamente pensado nos detalhes. Diferente de seu álbum de estreia, aqui a banda parece firmar seus pés no chão e criar uma obra concisa e potente, que por mais que não tenha nenhum grande hit com a famigerada Oração, consegue se mostrar como um segundo passo seguro e certeiro. Um disco que foge dos caminhos óbvios, mas que não diverge tanto do que já nos foi apresentado também, se tornando até agora o melhor disco da banda.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts