Swearin’ é um projeto atrelado a outros dois bons nomes do cenário Indie Rock. A banda formada pelas duas irmãs que compunham a banda de Twee Punk P.S Elliot, sendo uma delas participante também do conjunto Waxahatchee. Tendo uma carreira relativamente curta, esse novo projeto ganhou algum destaque com o lançamento de suas primeiras seis demos, reunidas sob a alcunha de What A Dump e agora com o lançamento de seus primeiro disco de estúdio, Surfin’ Stange, bebendo (e quase se afogando) de referências dos anos 90.
O título do registro, principalmente a palavra strange, retrata de forma fiel o que é proposto ao longo de suas onze faixas. Não que a sonoridade seja estranha a nossos ouvidos, mas toda a ambientação criada nos leva a compor imagens de jovens desajustados e weirdos, se recorrendo a clichês da década de 90, no melhor estilo calças largas e camisas xadrez grunge. É um som que capta muito bem a essência Noise e Pós-Punk Sonic Youth, explorando bem o barulho ensurdecedor de seus pedais fuzz como em Melanoma e Young.
Não é só de barulho envolto em batidas rápidas que o disco sobrevive. Echo Locate traz o mesmo fuzz mostrado em um ritmo mais lento e desleixado. Aliás, essa constância de sonoridades de guitarras que, se não são iguais, se mostram bem parecidas configura um dos pontos fracos do disco, afinal existem exemplos de discos que mantém a sujeira mas se alternam entre essas configurações de efeitos (como, por exemplo, o primeiro disco de Yuck). Há também faixas que começam como baladinhas mais suaves, mas que logo voltam à proposta rebelde e “fim de festa americana de porão”, como Unwanted Place e Curdled.
No geral, Swearin’ nos mostra um disco que peca pelos excessos de clichês da respectiva década, entretanto diverte os nostálgicos mostrando-se mais um nome para as diversas opções de bandas novas de Noise que vemos hoje. Pode não ser o disco da sua vida, mas talvez seja o disco de alguns minutos dela. Divertido.
