Resenhas

Stephen Malkmus and the Jicks – Wig Out at Jagbags

Ano: 2014
Selo: Matador Records
# Faixas: 12
Estilos: Indie Rock, Rock Alternativo
Duração: 41:20
Nota: 4.0
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fwig-out-at-jagbags%2

Poucos são os artistas que mesmo depois de anos e anos trazendo basicamente a mesma sonoridade ainda conseguem manter o frescor e unicidade de sua música. Se sentindo melhor do que nunca em sua zona de conforto, Stephen Malkmus, que muitos devem conhecer como ex-líder do Pavement, volta em seu sexto disco solo (acompanhado na verdade pela banda The Jicks) e mostra que seu Indie Rock noventista não perdeu em nada sua potência. Basicamente, Malkmus, aos 47 anos, continua sendo ele mesmo e parece que nunca esteve tão confortável nesse papel.

Não que Wig Out at Jagbags seja um repeteco do que o músico já fez anteriormente, mas é evidente que os mesmos elementos (sua própria versão do Indie Rock e o hibridismo com o Blues e Jazz) continuam tão afiados como sempre foram. Esse é o som que Malkmus sempre fez e que aperfeiçoou com o passar dos anos, sendo assim, este disco é resultado da maturação de quase duas décadas de suas melodias pegajosas, suas letras carregadas de um senso de humor ácido e sua maestria à guitarra – tudo isso sob uma perspectiva mais Pop e abrangente do que nunca.

A maior “mudança”, desta para as outras obras do músico, é vista em seu clima mais calmo e reflexivo. Resultado de uma temporada na Alemanha, Wig Out at Jagbags mostra uma busca por novos timbres e melodias mais concisas e serenas e ainda por alguns elementos acústicos (como o violão e piano) e os abrasivos metais em algumas das faixas. Uma nova mistura que não se distancia tanto das que foram vistas em outros discos de Malkmus, mas que ainda assim merecem atenção por abrir ainda mais o leque de possibilidades do músico.

Lariat mostra muito bem essa mistura do “novo” com o “velho”. Os tons acústicos, guiados pelo piano e pelo violão, se encontram com a usual guitarra melódica do músico. É claro que as referências à Cultura Pop continuam presentes: “We lived on Tennyson and venison and The Grateful Dead /It was Mudhoney summer, Torch of Mystics, Double bummer” canta Malkmus em um de seus melhores singles já produzidos até hoje. Houston Hades segue neste mesmo caminho e com um quê de Pavement a faixa se mostra uma bela balada de desamor.

Ainda que mais calmo, o disco se aventura mais. Isso pode ser visto em faixas como Chartjunk (que traz uma série de metais em uma espécie de encontro do Glam com Country), J Smoov (e sua clima jazzístico), Shibboleth (com muitos ecos de Pixies), Planetary Motion (e seu quê de Garage Pop dos anos 60) e Rumble at the Rainbo (com uma brincadeira à nostalgia e às bandas velhas voltando à ativa, além de uma desconstrução do Punk Rock). “Come and join us in this punk rock tune/ Come and slam dance with some ancient dudes / We are returning/ Returning to our roots/ No new material just cowboy boots”, brinca Malkmus nesta última faixa citada.

Irônico, satírico e enraizado na musicalidade de Malkmus, Wig Out at Jagbags continua o legado do músico em produzir ótimas obras.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts